O governador Elmano e o prefeito Sarto revivem tradição de divergências políticas (Foto: Reprodução/Facebook) |
É um cenário diferente do que houve de 2013 a
2022, no qual a oposição, embora forte, não tinha o suporte de uma máquina
local de peso. Nos últimos anos, Capitão Wagner (União Brasil) até tinha o
apoio federal, do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesses casos, porém, Brasília
pode ser longe. Uma oposição local que tem como alicerce a Prefeitura de
Fortaleza consegue arregimentar vozes contra o Governo do Estado que não iriam
para a briga de outra maneira. É assim que a Câmara Municipal de Fortaleza se
tornou, nas últimas semanas, o palco de algumas das mais contundentes críticas
ao governador Elmano de Freitas (PT). O potencial de barulho se amplifica.
A questão é: até quando. O poder se organiza em torno da expectativa de conquistá-lo ou mantê-lo. Sarto é forte na política de Fortaleza. Não está com a popularidade boa, é fato. Mas, entre os políticos da Capital, tem respaldo, mas, para se manter assim, precisará mostrar viabilidade de um projeto de reeleição.
Relações
Durante a ditadura militar, havia eleições para prefeitos do interior, mas nas capitais, havia as indicações chamadas “biônicas”. O prefeito era praticamente um secretário de Estado. Medo que as ditaduras tinham do eleitorado urbano e de perder o controle político. Depois disso, a coisa mais comum foi prefeito e governador serem adversários. Os períodos de afinidade foram exceção. Quando Maria Luiza Fontenele (1986-1988) era prefeita e Tasso Jereissati era governador (1987-1991), eles travaram embates intensos. O alinhamento ocorreu quando Ciro Gomes assumiu a Prefeitura (1989-1990). Mas, ele saiu no ano seguinte para concorrer a governador. Foi eleito para o período de 1991-1994 e viveu às turras com o ex-vice que virou prefeito, Juraci Magalhães (1990-1992). Tasso voltou ao governo (1995-2002) e Juraci retornou à Prefeitura (1997-2004). Eram adversários, mas de relação amistosa. Até chegavam a se aliar no plano estadual, em alguns momentos. Quando Luizianne Lins (PT) virou prefeita (2005-2012), a relação com o governador Lúcio Alcântara (2003-2006) não era boa, e ela se empenhou para ajudar a eleger o aliado Cid Gomes (2007-2014). A partir do segundo mandato dela, iniciado em 2009, as relações foram se deteriorando. Principalmente de 2011 em diante. As desavenças públicas anteciparam o rompimento político de 2012. Em 2013, Roberto Cláudio assumiu a Prefeitura e, com Cid e depois Camilo Santana (2015-2022), houve um período de rara harmonia entre os entes. Assim vinha sendo com Sarto, mas o fim da aliança embolou as coisas. Com Elmano no governo, volta-se à época dos atritos.
E
a população?
Disputa política não é necessariamente ruim. Na época em que Juraci era prefeito e no governo estava Ciro, e depois Tasso, falava-se em uma competição para ver quem fazia mais obras.
O
ponto é que, independentemente de aliança política, as administrações precisam
trabalhar pelo povo, e serem capazes de dialogar e fazer parcerias naquilo que
for necessário.
Publicado originalmente no portal O Povo Online
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