A bancada do PL na Câmara dos Deputados se reuniu para definir a estratégia de confronto às iniciativas governistas (Foto: Natanael Alves) |
Enquanto o governo federal engata ações estratégicas, como os programas sociais e a reorganização das contas públicas, o maior partido de oposição, o PL, se organiza para tentar barrar os projetos do Executivo no Congresso e defender pautas conservadoras. A definição para a construção de uma barreira antiprogressista foi na última quarta-feira, quando a bancada na Câmara dos Deputados se reuniu para definir a estratégia de confronto às iniciativas governistas.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, anunciou a criação de um observatório, formado por especialistas, para acompanhar as propostas pautadas no Congresso pelo palácio do Planalto. O grupo fornecerá aos parlamentares análises e matérias para unificar a posição da bancada.
"Se tivermos uma crítica ao governo, se errou em alguma coisa, (os especialistas do observatório) vão nos dar tudo pronto. Qual é o questionamento, o que você tem para falar", orientou o presidente do PL. O objetivo é que os parlamentares recebam a posição da legenda pronta, e acrescentem impressões pessoais.
O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (RJ), reforçou a necessidade de unificação na atuação da legenda. "Fortalecer nossa unidade nessa oposição é o fortalecimento que a gente vai construir para 2024", frisou. Segundo o parlamentar, o partido precisa fazer uma "oposição responsável" ao governo Lula. "Combatendo e fiscalizando por meio desse observatório", acrescentou.
Os esforços de unificação do partido ocorrem ao mesmo tempo em que há uma disputa interna entre a ala bolsonarista e os moderados da legenda, alinhados a Costa Neto. O presidente puxa o esforço para tornar o PL mais coeso, enquanto os bolsonaristas lutam para assumir o comando da sigla. Na reunião, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçou: traições ao bolsonarismo não serão perdoadas.
O PL definiu uma posição contra as principais pautas previstas para serem enviadas ao Congresso pelo governo. A primeira é a reoneração dos combustíveis, realizada na semana passada.
"Os deputados e deputadas federais do PL se manifestaram contrários ao fim das desonerações fiscais dos combustíveis, que já estão provocando aumentos no preço da gasolina, do etanol, do diesel e do gás de cozinha, afetando principalmente as camadas mais vulneráveis da população", salientou Costa Neto.
A legenda acertou que será contra qualquer proposta para regularização da mídia, pauta defendida pelo Executivo e que deve tramitar, pelo menos, em uma proposta do "Pacote da Democracia" redigido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que quer responsabilizar as plataformas digitais por conteúdos golpistas e ilegais divulgados, e no PL da Fake News, que tramita no Senado.
Também faz parte da estratégia do PL bater forte nos escândalos do governo — como no caso do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que a pretexto de uma agenda em São Paulo participou de um leilão de cavalos de raça — e recebeu diárias inclusive nos dias em que esteve nesse evento de interesse pessoal.
Com
informações portal Correio Braziliense
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