Passeata de estudantes, movimento sociais e sindicais em repúdio ao golpe militar de 1964 no Rio (Foto: Fernando Frazão) |
O nome revolução. Muitos daqueles que assim falavam o faziam com boa intenção. Os militares prometiam intervenção rápida, cirúrgica e limpa, como se um golpe não fosse. O golpe era a ameaça vendida à opinião pública em vermelho. Passado o impacto, o poder voltaria aos civis. Acreditava-se em eleições presidenciais no ano de 1966.
Não houve eleições e a Ditadura perdurou por 21 anos. Os militares saíram em 1985 quando o general João Figueiredo passou o poder - não a faixa - para José Sarney. Era o vice de Tancredo, impedido de tomar posse por razões médicas, tendo vindo a morrer.
O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), tenente brigadeiro Joseli Parente Camelo, chamou de "revolução" o golpe militar de 1964, em entrevista ao redator da Coluna na rádio O POVO CBN, há 10 dias. "Naquele momento foi necessário", disse na mesma linha. Pela formação, é compreensível a leitura do ministro.
Mas a ditadura militar fechou o Congresso Nacional, suspendeu o habeas corpus e censurou - artes e imprensa. Somente outro dia, em 2014, as Forças Armadas reconheceram desaparecimentos e mortes durante o regime.
Quase 60 anos depois, é triste ver a balela comunista ser vendida como motor para o novo golpismo, dominado pelo menos por ora. Mais grave do que vender é alguém ainda comprar.
Publicado originalmente no portal O Povo Online
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