Além das redes, Lula não deixou de explorar novos formatos, em especial no âmbito dos podcasts (Foto: Ricardo Stuckert) |
Na última semana, a primeira-dama Rosangela da Silva, a Janja, e o chefe do Executivo se reuniram com influenciadores digitais e artistas no Palácio do Planalto para debater a importância das ações na esfera das redes sociais e mostrar parte da destruição deixada por radicais extremistas. Com os ataques aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro, o grande objetivo da reunião foi fortalecer a democracia e combater as fake news.
Dentre os presentes estavam atores como Bárbara Paz, Caio Blat e Ana Hikari, e influencers como Hawk, Foquinha, Malfeitona, Vitor diCastro, Ivan Baron e Raull Santiago. Além do encontro com Janja e Lula, os convidados visitaram o Museu da República e puderam ver alguns dos estragos deixados pelos vândalos no Planalto.
"Foi horrível ver os estragos do dia 8 de janeiro, chocante mesmo. Entrei num banheiro que não tinha pia porque foi arrancada. Foi uma coisa muito forte, ver equipamentos danificados, passei por uma moça que trabalhava em um computador amassado, um Portinari rasgado, é muito chocante. Não à toa, no começo dessa reunião, a Janja lembrou muito bem como eram os estragos, como estavam, acho isso muito importante", contou o ator e apresentador Vitor diCastro ao Correio.
Para ele, alguns dos danos deveriam permanecer inalterados para que os atos nunca sejam esquecidos. "Porque se esquecermos, a história se repete. Essa reunião com influenciadores surgiu a partir disso. Eles (governo) viram que não dá para criar conteúdo e criar discussões de política durante a eleição. A eleição foi em outubro e aí chega janeiro e isso acontece. Então será que não dava para evitar?", pondera.
Vitor publicou em seu Twitter, na semana passada, respostas às críticas feitas por digital influencers com posicionamento mais à direita. Esse núcleo criticou o evento, alegando que teve orientações favoráveis a Lula e seu governo. Na publicação, o influenciador afirma que todos os convidados pagaram todos os custos da vinda a Brasília e "não se falava sobre 'fake news contra Lula' e sim das mentiras contadas sobre as urnas, sobre a constituição, vacina, programas sociais", escreveu.
Um convidado que sentiu na pele as consequências de notícias falsas é o ativista e influenciador digital Raull Santiago. Em 8 de janeiro, ele estava no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, quando começou a surgir o boato de que os ataques ao Planalto, Congresso e Supremo era causada por "infiltrados". Fotos de Raull feitas na semana anterior, na posse presidencial, foram usadas atreladas à notícia de que ele seria uma dessas pessoas.
"Simplesmente por verem uma pessoa negra, de terno e gravata, me colocaram nesse contexto, quando nem em Brasília eu estava. A fake viralizou rápido e nacionalmente. Foram duas semanas de caos na minha vida, tendo que desmentir tal situação, inclusive fazendo um boletim de ocorrência da fake", afirma Santiago.
Essa não foi a primeira vez que o influenciador teve problemas do tipo. "Antes disso, no dia 1º, Preto Zezé da Cufa (Central Única das Favelas), Rene Silva, do Voz das Comunidades, e eu tiramos uma foto com o Alexandre de Moraes. Essa foto, ainda na noite do dia 1º de janeiro começou a viralizar com um texto falso que dizia que 'o Alexandre de Moraes havia tirado fotos com os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital)'", observa.
Raull avalia que a atenção do governo ao potencial das redes sociais é muito importante, levando em consideração o potencial de alcance das plataformas, que têm como destino os mais diferentes públicos. "O governo terá que ousar. Observar seu quadro formado, avaliar se realmente tem pessoas dentro do campo da comunicação federal que tem astúcia e criatividade desse mundo. É preciso aprender com a juventude, por exemplo. E aproximar esses jovens das esferas decisórias em todos os sentidos, mas principalmente na comunicação", opina.
Ivan Baron, influenciador que subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Lula e de outros representantes da sociedade brasileira, concorda com Raull. "Eu acho de suma importância manter esse diálogo nas redes sociais, pois atinge um maior público, em especial os jovens, que estão começando a formar suas opiniões sobre assuntos que impactam diretamente suas vidas".
Baron, que representou no ato simbólico milhões de brasileiros com deficiência, enfatizou que o conteúdo da reunião não foi para de alguma forma orientar um discurso "pró-Lula".
"A importância de continuarmos o debate, isso não inclui deixar de cobrar o governo federal. Pelo contrário, Janja e o presidente Lula querem a sociedade civil cada vez mais presente nesse processo. Um time de influenciadores e formadores de opinião comprometidos com a verdade e desmentindo toda e qualquer fake news que surgir", aponta o influenciador, que também foi escolhido pelo Ministério da Saúde como embaixador da vacina no Brasil.
Há tempos que Lula demonstra ter como um de seus públicos de interesse o das redes sociais. Com uma conta no Instagram que mescla postagens informativas com vídeos reels descontraídos, como um em que aparece malhando, o presidente utiliza seus posicionamentos para conquistar jovens e ganhar propriedade de uma ferramenta de comunicação oficial com amplo alcance.
Além das redes, Lula não deixou de explorar novos formatos, em especial no âmbito dos podcasts. Em 2021, foi entrevistado por Mano Brown para o Mano a Mano, exclusivo da Spotify. O episódio foi o mais ouvido naquele ano na plataforma. Já em campanha, em 2022, foi entrevistado no PodPah, onde chegou a bater a marca de 292 mil pessoas acompanhando ao vivo.
Com
informações portal Correio Braziliense
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