Antes do encontro com Biden, Lula se reuniu com vários congressistas democratas (Foto: Ricardo Stuckert) |
Os presidentes de Estados Unidos, Joe Biden, e Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se posicionaram, nesta sexta-feira, 10, como guardiões dos valores democráticos e defensores do meio ambiente, ao se reunirem na Casa Branca, tendo como pano de fundo a sombra do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
"Juntos temos que seguir defendendo os valores democráticos que constituem o núcleo de nossa força, não apenas em nosso hemisfério, mas em todo o mundo", afirmou Biden pouco antes de entrar no Salão Oval para o encontro com seu par brasileiro.
Biden reiterou "o apoio inabalável dos Estados Unidos à democracia brasileira e o respeito à livre escolha do povo brasileiro", quase um mês depois dos ataques de uma turba de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes em Brasília.
Os atos trazem à memória o ataque ao Capitólio por simpatizantes do ex-presidente republicano Donald Trump, em janeiro de 2021, para tentar impedir a certificação da vitória de Biden nas urnas.
Bolsonaro viajou para os Estados Unidos às vésperas da posse de Lula e está na Flórida, onde iniciou os trâmites para solicitar um novo visto que permitiria sua permanência no país por vários meses, enquanto a Justiça brasileira investiga se ele incentivou ou não os ataques de 8 de janeiro.
Lula agradeceu a Biden o apoio depois que o país "passou quatro anos se automarginalizando", durante o mandato de Bolsonaro, que "não gostava de manter relações com nenhum país".
"O mundo dele começava e terminava com fake news: de manhã, de tarde, e de noite", afirmou o presidente brasileiro, que ressaltou para seu anfitrião que ambos têm problemas a resolver. "Nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio. E que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil", em referência às invasões de 8 de janeiro.
Além disso, destacou a necessidade de "trabalhar juntos no combate à desigualdade, [sobre] a questão racial" e a crise climática, acrescentou.
Brasil e Estados Unidos, as duas maiores democracias das Américas, estão em sintonia frente aos desafios globais, "especialmente a crise climática", coincidiu Biden.
Mas a sintonia entre Biden e Lula se dilui quando o tema é a guerra na Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos lidera as iniciativas ocidentais para apoiar Kiev, convencido de que é necessário fornecer ajuda diplomática, armas e treinamento militar para que a Ucrânia lute contra a Rússia, que invadiu seu território.
Mas o Brasil, ao lado de outros países emergentes como Índia e África do Sul, e alguns latino-americanos como Argentina, Colômbia ou México, é relutante a enviar armas ao país.
"O Brasil não tem contencioso com ninguém, é um país em que o povo gosta de paz, de democracia, de trabalhar, de Carnaval, de samba e de muita alegria. É esse o Brasil que nós estamos tentando recolocar no mundo", disse Lula.
O governante brasileiro é favorável à criação de um grupo de países que se sentem à mesa com Ucrânia e Rússia para tentar conseguir a paz.
Antes do encontro com Biden, Lula se reuniu com vários congressistas democratas, incluindo o senador Bernie Sanders, com representantes da AFL-CIO, a principal confederação sindical dos Estados Unidos, que lhe concedeu um prêmio de direitos humanos quando o ex-líder sindical estava preso. Neste sábado, ele retorna ao Brasil.
Com
informações portal O Povo Online
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