Elmano em ato de inauguração de obra no município de Itarema (Foto: Reprodução/Facebook) |
O cenário apresentado para o governador Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do Ceará é favorável a ele. Nas votações de quarta-feira, 15, teve uma maioria que entre 29 a 35 votos entre os 46 deputados estaduais, a depender da proposta em votação. Para aprovar uma emenda à Constituição estadual, são necessários 28 votos.
Na prática, a vantagem de Elmano é maior. O governo tem pelo menos mais um voto, do deputado Fernando Santana (PT), que estava em Brasília e não participou da sessão. Além disso, como não se trata de mudança constitucional, era necessária apenas maioria simples — um voto a favor a mais do que os contrários. Ou seja, o governo não precisou fazer força, e obteve além do que seria necessário para aprovar o tipo de proposta que mais precisaria de votos. Se fizesse mais esforço, e concessões, a base conseguiria vantagem maior. Até porque alguns dos votos de oposição sinalizaram com clareza que estão bastante abertos a conversar.
O placar foi particularmente favorável ao governador porque não sei se ele tão cedo irá enviar proposta mais polêmica que aumento de imposto. Ao menos espero que não. A expectativa de aliados é de que ele tenha apresentado logo no início uma série de medidas impopulares, quando está com o capital eleitoral ainda intocado, Para de agora em diante se dedicar às boas notícias.
Pena que governar não funciona assim.
O
peso da oposição
A nova oposição mostrou o cartão de visitas. O tamanho é bem variável, de 6 a 13 votos. Pouco para impedir a aprovação de matérias, mas pode ser o bastante para pedir a instalação de CPI — são necessárias 12 assinaturas.
Houve cinco deputados que votaram contra o governo em todas as matérias mais polêmicas: Alcides Fernandes, Carmelo Neto e Dra. Silvana, todos do PL, e Felipe Mota e Sargento Reginauro, do União Brasil.
O União Brasil tem ainda Oscar Rodrigues, contra o governo em quase todas, e Firmo Camurça. Este último já abraçou o governismo. Já o PL tem Marta Gonçalves, que votou com a oposição contra o aumento do ICMS, mas apoiou o governo em todo o resto. Sintomático particularmente por ser ela, casada com o prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, que vem a ser o presidente do PL no Ceará. A direção do partido indica que poderá fazer contraponto, mas está aberta a ser convencida nas votações, digamos assim.
O
bloco de Roberto Cláudio
Se
havia dúvida, ela foi eliminada na quarta-feira: o PDT no Ceará é governo. Tem
13 deputados estaduais e 3 votaram com a oposição. São 10 os governistas.
Nenhum outro partido tem tantos apoiadores do governador. A bancada de oposição
é a parcela alinhada a Roberto Cláudio. Fez barulho e deu trabalho.
Chamou atenção, por exemplo, a postura de Queiroz Filho, ex-chefe de gabinete da Prefeitura. Na sessão de quarta, ele se destacou mais que em todo o primeiro mandato. Fez questionamentos com consistência e fundamentação.
Postura
da oposição
Aliás, vale destacar, o longo dia de votações de quarta-feira, que começou às 9 horas e terminou quase às 22, teve bom nível de debate. Com a oposição apresentando argumentos pertinentes. Salvo momentos isolados, não se resvalou para discussões tolas que têm tomado a política. Dizia-se coisa com coisa. Pode-se argumentar que é o mínimo que se espera, mas não tem sido raro ocorrer justamente o oposto nos debates pelo País. Que se siga assim.
Com
informações portal O Povo Online
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