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22 de janeiro de 2023

Ministro da Justiça afirma que há "Fortes indícios de genocídio" sobre condição dos Yanomami

Flávio Dino, afirmou que abrirá inquérito para apurar a situação dos povos indígenas (Foto: Minervino Júnior)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou ontem (21/01), por meio das redes sociais, que vai determinar a abertura de um inquérito policial para apurar a situação dos povos indígenas Yanomami, em Roraima. Segundo ele, "há fortes indícios de crime de genocídio" diante dos "sofrimentos criminosos impostos aos yanomami". O ofício deve ser enviado na próxima segunda-feira (22/1).

Dino esteve em Roraima neste sábado (21/1), ao lado do presidente Lula, para ver de perto a situação dos indígenas. O povo da região vive uma crise sanitária que já resultou na morte de 570 crianças por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos anos.

Terra Yanomani tem 11 mil casos de malária relacionados ao desmatamento

(Foto: Reprodução/ TV Brasil)

O Ministério da Saúde informou em que a Terra Indígena (TI) Yanomami teve registro de 11.530 casos de Malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI). Os dados são referentes a todo o ano de 2022. Esses são os números colhidos em 37 Polos Base.

Apesar da doença ser endêmica na região amazônica, os índices são de um surto. Chama a atenção a alta ocorrência em maiores de 50 anos, o todo foram 4.541 casos. Em seguida, há a quantidade de 2.114 para a faixa etária entre 18 a 49 anos, de 1.928 entre 5 a 11 anos e de 1.678 entre um a 4 anos.

A campeã de casos em idosos foi a comunidade Balawau, com 536. Em seguida, foi a Aretha-u com 502 registro e, na sequência, Palimiú com 424 ocorrências. A comunidade Marauiá foi a que apresentou os dados mais baixos de incidência em idosos.

Um dos motivos da transmissão da doença é a picada de mosquito nopheles darlingi , por isso um dos fortes motivos para o elevado número de pessoas contaminadas é o aumento do desmatamento — uma ação direta do garimpo que invadiu a região da TI.

Dois artigos publicados no início deste mês pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) indicam que, ao diminuir a biodiversidade de mosquitos, o responsável pela transmissão da malária se torna o principal vetor.

Emergência de saúde

(Foto: Reprodução/ TV Brasil)

Na última sexta-feira (20/01), o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública no território indígena Yanomami. A terra é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros.

No ano passado, 99 crianças do povo Yanomami morreram devido ao avanço do garimpo ilegal na região, segundo divulgado pelo Ministério dos Povos Indígenas. As vítimas foram crianças entre um a 4 anos.

Além disso, em 2022, foram confirmados 11.530 casos de malária na região. Desde a última segunda-feira (16/1), equipes do Ministério da Saúde se encontram no território indígena Yanomami.

Lula instituiu o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. O objetivo do grupo é discutir as medidas a serem adotadas e auxiliar na articulação interpoderes e interfederativa.

 "Não vai mais existir garimpo ilegal", diz Lula sobre crise Yanomami

(Foto: Reprodução/ TV Brasil)

Durante visita a Roraima ontem (21/01) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre a crise sanitária vivida pelo povo Yanomami no estado. De acordo com Lula, as prioridades para lidar com a carência dos indígenas passam pela reestruturação do transporte no local, maior atendimento médico e o fim do garimpo ilegal na região.

"Eu posso dizer para você é que não vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam”, discursou Lula.

O presidente ainda apontou que a crise enfrentada pelos Yanomami é “desumana”.

A visita de Lula a Roraima ocorreu na Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, na zona Rural de Boa Vista, e foi acompanhada por uma comitiva de crise e pela ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara.

99 crianças Yanomami morreram em 2022, diz Ministério dos Povos Indígenas

(Foto: Reprodução/ TV Brasil)

Segundo informações divulgadas pelo Ministério dos Povos Indígenas ao portal g1 nesta sexta-feira (20/1), 99 crianças Yanomami morreram ao longo de 2022 devido ao avanço do garimpo ilegal na região de Roraima, onde os indígenas residem. Ainda segundo a nota, as crianças tinham entre 1 e 4 anos de idade e sofriam — em maioria — de desnutrição, pneumonia e diarreia.

Governo cria comitê para enfrentar crise sanitária da população Yanomami

(Foto: Reprodução/ TV Brasil)

O governo federal instituiu um comitê de coordenação nacional para discutir ações de enfrentamento à desassistência sanitária das populações em território Yanomami. O grupo terá duração de 90 dias, de acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros.

Com informações portal Correio Braziliense

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