Lula também disse ser contrário a instalação de CPI para apurar ataques terroristas (Foto: Marcelo Camargo)
"Outra coisa que quero conversar é não politizar as Forças Armadas, despolitizar. É preciso que os comandantes assumam responsabilidade e dizer que o soldado, o comandante, o sargento, o tenente, o general, ele tem direito de voto, tem direito de escolher quem ele quiser para votar, mas como ele é um cargo de carreira e defende o estado brasileiro, ele não é exército do Lula, não é do Bolsonaro, não foi do Collor, não foi do FHC. A Suprema Corte não é do Lula. Essas instituições que dão garantia a esse país não precisa ter candidato, precisam defender o estado brasileiro e a Constituição", apontou.
Lula defendeu ainda que quer manter uma "relação civilizada" com as Forças.
"Não quero ter problemas com as Forças, não quero eles tenham problemas comigo. Quero que a gente volte à normalidade. As pessoas estão ai para cumprir suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política, tira a farde, renuncie ao seu cargo, cria um partido político e vá fazer política. Mas enquanto estiver servindo as Forças, enquanto estiver na AGU, no MP, essa gente não pode fazer política. Essa gente tem que cumprir com a sua função constitucional. Pura e simplesmente está escrito na lei. É isso que eu quero que aconteça. Por isso, vou ter uma nova conversa com os comandantes, com Múcio".
Lula também elogiou o ministro da Defesa, José Múcio.
"José
Múcio é meu amigo de muitos anos, é uma pessoa que eu confio, de muita
habilidade política. Por isso que ele foi escolhido porque ele é um homem que,
sempre que possível, tenta evitar qualquer conflito. Tem gente que não gosta
disso", concluiu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta quarta-feira (18/1), sobre a possibilidade de participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos ataques terroristas ocorridos no último dia 8 na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Em entrevista ao canal Globo News, o chefe do Executivo também defendeu maior severidade nas investigações.
"Acho que a decisão dele de ficar quieto depois de perder as eleições, semanas e semanas sem falar nada; a decisão dele de tomar de não passar a faixa para mim, de ir embora para Miami como se estivesse fugindo com medo de alguma coisa; e o silêncio dele mesmo depois do acontecimento daqui, me dava a impressão que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que ele tinha muito a ver com aquilo que estava acontecendo", afirmou em entrevista à GloboNews.
"Possivelmente, esse Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, emendou.
"Quem vai provar isso são as investigações", declarou. "Se Bolsonaro tiver participação direta, ele tem que ser punido", emendou.
Lula diz ser contrário a instalação de CPI para apurar ataques terroristas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou contrário a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apuração dos ataques terroristas ocorridos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8. A cada dia que passa, cresce a expectativa para a abertura dos trabalhos da comissão.
"Nós temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda, sabe? Nós não precisamos disso agora", apontou em entrevista à Natuza Nery, na GloboNews, na tarde desta quarta-feira (18/1).
"É uma decisão do Congresso Nacional, não é minha. Portanto, os partidos políticos, na Câmara e no Senado, é que vão decidir", emendou.
"Se,
por acaso, eles me pedissem um conselho, que é difícil pedir conselho, eu
diria: não façam CPI, porque não vai ajudar. O que nós podemos investigar numa
CPI que a gente não possa investigar aqui e agora? Nós estamos investigando,
tem mil e trezentas pessoas presas. [...] O que você pensa que a gente vai
ganhar com uma CPI?", questionou.
Com
informações portal Correio Braziliense
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