21 de janeiro de 2023

Comandante do Exército é exonerado

O exoneração general Júlio César de Arruda ocorre um dia após reunião entre Lula e os quatro comandantes das Forças Armadas (Foto: Marcos Corrêa)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou neste sábado (21/1) o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda. O cargo será ocupado pelo atual comandante do Sudeste, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

A decisão ocorre um dia após reunião entre o mandatário e os quatro comandantes das Forças Armadas, que inclui ainda a participação do ministro da Defesa, José Múcio. Arruda não gostou da decisão, e fez uma reunião com o alto comando do Exército assim que recebeu a notícia, neste sábado (21/1).

A exoneração ocorreu pelo general não ter cumprido ordens dadas pelo presidente em relação aos ataques terroristas de 8 de janeiro, em Brasília, especialmente em relação a militares responsáveis pela segurança do Planalto. Durante a semana, Lula declarou suspeitar que "a porta do Planalto foi aberta" para os bolsonaristas.

Fontes militares avaliam que a exoneração ocorreu também pela atuação de Arruda em relação aos acampamentos de bolsonaristas após as eleições, em frente a quartéis por todo o país. A avaliação é que houve omissão por parte do comandante, que não agiu para remover os acampamentos após assumir o cargo. 

Por outro lado, a avaliação da caserna é que os comandantes de quartéis ficaram em uma situação delicada com os acampamentos, já que os bolsonaristas prestavam apoio às Forças Armadas e clamavam por uma intervenção militar.

O novo comandante do exército, general Tomás Ribeiro Paiva, fez um discurso às tropas na última quarta-feira (18/1) no qual defende que é preciso "respeitar o resultado das urnas".

"Ser militar é isso. É ser profissional, é respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, é ser íntegro, é ter espírito de corpo. É defender a pátria, é ser uma instituição de Estado, apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito", disse o comandante em cerimônia de homenagem a militares mortos no Haiti. "É não ter corrente. Isso não significa que o cara não seja um cidadão, que não possa exercer o seu direito, ter sua opinião. Ele pode ter, mas não pode manifestar", completou.

Aos 62 anos, Ribeiro Paiva é o segundo nome para ocupar o comando da Força, segundo o critério da antiguidade, depois do general Arruda. Ele alcançou a patente de general de Exército, a mais alta da carreira, em 2019, e chefia o Comando Militar do Sudeste desde 2021.

O general Ribeiro Paiva participou das missões do Exército no Haiti e também do processo de pacificação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em 2012. Ele atuou ainda no comando do Batalhão da Guarda Presidencial e foi ajudante de ordens do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O currículo do general também inclui o comando da companhia de fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no 26º Batalhão de Infanteria Paraquedista, no Rio de Janeiro, e no 33º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cascavel, Paraná. O novo comandante do Exército também já comandou a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (Espcex).

Com informações portal Correio Braziliense

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