O presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, anunciou que condições oceânicas e meteorológicas apontam para chuvas expressivas (Foto: Tiago Stile)
Os modelos utilizados para o prognóstico mostram ainda uma variabilidade espacial e temporal na distribuição das chuvas. "É um cenário favorável para o total de chuvas no período. Uma observação é necessária sobre o mês de fevereiro, que deve ficar na faixa da normalidade. Isso pode representar uma variabilidade espacial intensa", afirma o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins. "Algumas regiões do Estado podem passar por alguns períodos de falta de chuva."
A condição de variabilidade é característica do Ceará e quer dizer que pode haver dias sem chuvas ou regiões onde haja mais ou menos registros. Em 2022, por exemplo, houve poucas precipitações em fevereiro, já março e abril registraram mais ocorrências. Conforme Martins, apesar disso, "os modelos indicam sinal uniforme de chuvas acima da média para todo o Estado".
O cenário previsto se baseia nas análises das condições atmosféricas e oceânicas, além de resultados de tecnologias de previsão. Martins explica ainda que a condição menos otimista para fevereiro se deve à mudança dos sistemas atmosféricos que atuam sobre o norte do Nordeste.
As chuvas de pré-estação (novembro a janeiro) se devem a áreas de instabilidade. Já a quadra chuvosa é influenciada pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Para o trimestre fevereiro, março e abril, os modelos oceânicos que preveem a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) indicam tendência de condições neutras no oceano Pacífico equatorial e anomalias positivas de temperatura da superfície do mar no oceano Atlântico Tropical Sul. Essas condições, de acordo com a Funceme, devem colaborar para um posicionamento mais favorável da ZCIT.
No próximo mês de fevereiro, a Funceme apresentará prognóstico para os meses de março a maio — este último que encerra o período conhecido como quadra chuvosa, no qual a maioria das chuvas do Estado se concentram.
O Ceará vem de cinco anos sem estiagem, desde a seca de 2012 a 2017 — que configurou o maior período seco em série histórica que remonta ainda ao século XIX.
O prognóstico climático divulgado pela Funceme é resultado de modelos climáticos globais e regionais e com base em análises dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala.
Dados mostram condições do fenômeno La Niña no oceano Pacífico Equatorial central e leste — ou seja, águas mais frias do que a média histórica.
De acordo com a Funceme, no oceano Atlântico Tropical Sul são observadas áreas mais aquecidas próximo à costa norte do Brasil e à África, "além de predomínio de anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) em torno da média próximo à região Equatorial".
Já o oceano Atlântico Tropical Norte, conforme a Fundação, exibe predomínio de áreas mais aquecidas e em torno da média.
Todas as macrorregiões do Ceará devem seguir com cenário favorável a chuvas até o próximo sábado, 21, pelo menos.
De acordo a Funceme, nesta sexta-feira, 20, as precipitações tendem a se concentrar com intensidade moderada a forte no Cariri, no Sertão Central e Inhamuns e na região Jaguaribana. Nas demais áreas do Estado, as chuvas devem ser de menor intensidade.
Já neste sábado, as chuvas devem chegar com maior expressividade no Centro-Norte, isto é, na porção que compreende a faixa litorânea, Maciço de Baturité, Ibiapaba e Sertão Central e Inhamuns. As condições seguem favoráveis para registros nas demais regiões.
Os acumulados esperados devem-se a áreas de instabilidade atmosférica oriundas do oceano Atlântico e a efeitos locais como: brisa, relevo, temperatura e umidade.
Com
informações portal O Povo Online
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