Semana decisiva para ministérios tem expectativa sobre Camilo

O nome mais cotado nas últimas semanas era da governadora Izolda Cela, mas houve resistência do PT (Foto: Reprodução/Facebook)

A semana que antecede o Natal será decisiva para o desenho que terá o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso definirá não apenas os responsáveis por comandar as políticas públicas, mas também a correlação de forças que dará sustentação ao terceiro mandato do presidente eleito. Há entraves entre o PT e o espaço para aliados.

No sábado, foi informado que serão 37 ministérios. Há até agora seis ministros anunciados — ou seja, faltam 31. Havia expectativa de nomes serem oficializados na semana passada, mas as negociações ficaram emperradas e só houve o anúncio de Margareth Menezes para a Cultura — única mulher na equipe até agora, ao lado dos cinco homens inicialmente oficializados.

Um dos impasses da última semana — e expectativa para esta — passa pelo Ceará. Segundo o deputado federal José Guimarães, vice-presidente do PT nacional, deverá ocorrer nesta segunda-feira, 19, o anúncio do senador eleito Camilo Santana (PT) para ministro da Educação.

O nome mais cotado nas últimas semanas era da governadora Izolda Cela (sem partido), mas houve resistência do PT, que queria um filiado ao partido — preferencialmente o líder da bancada, o mineiro Reginaldo Lopes. De acordo com Guimarães, Izolda será a secretária da Educação Básica, um dos principais postos dentro do MEC.

Na última eleição, Camilo se consolidou como principal líder político do Ceará e, no MEC, busca projeção nacional. Ele chega com a força de quem foi o senador eleito com maior percentual de votos do Brasil: 69,8%. Foi também o mais votado da história do Ceará: 3.389.513 votos.

Ele sempre foi um petista considerado mais próximo à família Ferreira Gomes que ao próprio partido. Isso mudou na última eleição, quando ele bancou a candidatura própria do PT depois que o PDT decidiu lançar Roberto Cláudio ao Governo do Estado, e não Izolda Cela. Izzo mudou com a eleição de Elmano de Freitas (PT) no primeiro turno e o protagonismo de Camilo na campanha.

A ida de Camilo para o MEC deve voltar a dar relevância política do Ceará na Esplanada dos Ministérios. Com Michel Temer (MDB), não houve cearense no primeiro escalão. Já na administração de Jair Bolsonaro (PL), o ministro não era político, mas sim o general iguatuense Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, da Defesa, empossado em abril passado.

Nos governos anteriores de Lula e nos de Dilma Rousseff, os principais líderes da política estadual ocuparam cargos no primeiro escalão: Ciro Gomes, Eunício Oliveira, Cid Gomes, além de José Pimentel, André Figueiredo e outros.

Ministros já anunciados

Fazenda: Fernando Haddad

Casa Civil: Rui Costa

Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino

Defesa: José Múcio Monteiro

Relações Exteriores: Mauro Vieira

Cultura: Margareth Menezes

Ministérios cuja criação foi anunciada

Planejamento

Gestão e Desenvolvimento

Indústria e Comércio

Cidades

Transportes

Portos e Aeroportos

Pesca

Esporte

Povos Originários

Desenvolvimento Social

Trabalho

Mulheres

Igualdade Racial

Ministérios que já existem e cujos titulares ainda não foram anunciados

Saúde

Educação

Meio Ambiente

Direitos Humanos

Segurança Institucional

Advocacia Geral da União

Secretaria Geral da Presidência

Secretaria de Governo

Controladoria Geral da União

Turismo

Minas e Energia

Ciência e Tecnologia

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Desenvolvimento Regional (ou Integração Nacional)

Comunicações

Ministros do Ceará desde a redemocratização

Sarney (1985-1990)

Henrique Saboia (Marinha)

Luís Roberto Andrade Ponte (chefe de gabinete)

Paulo Lustosa (Desburocratização)

Vicente Fialho (Minas e Energia)

Collor (1990-1992)

Ricardo Fiuza (Ação Social)

Itamar (1992-1994)

Beni Veras (Planejamento)

Ciro Gomes (Fazenda)

Jerônimo Moscardo (Cultura)

FHC (1995-2002)

Martus Tavares (Planejamento, Orçamento e Gestão)

Lula (2003-2010)

Ciro Gomes (Integração Nacional)

Eunício Oliveira (Comunicações)

Álvaro Augusto Ribeiro Costa (AGU)

José Pimentel (Previdência)

Pedro Brito (Integração Nacional e Portos)

Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia)

Dilma (2011-2016)

André Figueiredo (Comunicações)

Cid Gomes (Educação)

Francisco Teixeira (Integração Nacional)

Leônidas Cristino (Portos)

Temer (2016-2018)

Não houve

Bolsonaro (2019-2022)

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa)

Com informações portal O Povo Online

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