Todos os nomes anunciados por Elmano já tinham ou tiveram cargos dentro das gestões Camilo ou Izolda (Foto: Reprodução/Facebook) |
O governador eleito Elmano de Freitas (PT) começou ontem a desenhar seu governo que começa a partir de 1° de janeiro de 2023. Pelas redes sociais, ele confirmou sete secretários, entre nomes próximos a aliados ou que já integravam cargos nos quadros de seus antecessores, o futuro ministro Camilo Santana (PT) e a atual governadora Izolda Cela (sem partido).
Foram anunciados os nomes que vão gerir Saúde, Cultura, Proteção Social, Segurança Pública, Administração Penitenciária, Procuradoria-geral e Controladoria Geral de Disciplina. A previsão era que o anúncio ocorresse em coletiva de imprensa durante a manhã.
No entanto, poucos minutos antes do horário previsto, o evento foi cancelado. Elmano focou em reunião com o PDT sobre uma possível entrada da sigla na base do seu governo.
Com a decisão do PDT ainda recente e indefinições com outros partidos que devem compor o governo, as pastas anunciadas por Elmano ontem ficam dentro do espectro de continuidade de governos passados, com rostos e currículos já conhecidos do futuro governador.
Ele também ficou dentro de sua promessa de campanha de paridade de gênero no primeiro escalão: três mulheres e quatro homens.
O primeiro nome foi o da médica Tânia Mara Coelho para a Secretaria da Saúde (Sesa). Ela já fazia parte do corpo técnico da pasta, no cargo de secretária-executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional, além de ter sido superintendente da Rede Hospitalar da Sesa e diretora clínica, técnica e geral do Hospital São José (HSJ).
O aceite da médica foi celebrado pelo Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE). “O Cosems-CE recebe com satisfação a nomeação da nova Secretária da Saúde do Estado do Ceará, Dra. Tânia Mara Coelho”, diz o texto. A médica vai gerenciar a pasta com maior orçamento disponível com cerca de R$ 5,7 bilhões, número 26% maior que o previsto para 2022.
Para a Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o titular será Samuel Elânio, já número dois no organograma da pasta. Antes secretário-executivo, em 2023, o delegado será responsável por uma área central da gestão, com uma gama de servidores espalhados entre Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Perícia Forense, além do histórico recente de motim de agentes em 2020 e o crescimento da presença de facções criminosas.
O futuro secretário já representava a pasta em eventos recentes, como a entrega de medalhas e a nomeação de novos soldados. O atual secretário, Sandro Caron, vai assumir o mesmo cargo no Rio Grande do Sul e já deixou o Ceará, conforme anúncio do governador eleito Eduardo Leite (PSDB).
Quem volta a assumir cargo dentro do governo é Luisa Cela. Filha de Izolda Cela, a psicóloga assume o mais alto cargo na Cultura.
Ela também era a número dois, como secretária-executiva da Secult, na gestão de Camilo, e tinha sido chamada para atuar no grupo de transição de Elmano, justamente como coordenadora no setor cultural.
Durante a entrega de relatórios na última terça-feira, 20, Luísa falou sobre dar continuidade aos projetos da Cultura no governo de Camilo, “garantindo o orçamento mínimo de 1,5%, que para as políticas públicas representam um volume importante de recursos”.
Ela projetou como foco reformar equipamentos culturais e incentivar editais, especialmente ligados ao audiovisual. A futura secretária, que vinha sendo cotada como favorita ao cargo por semanas, já projetava que a reconstrução do Ministério da Cultura (Minc) ia ajudar a gestão local.
“A gente tem desafios, mas agora com o Ministério da Cultura, vamos ter uma possibilidade de fomento de programa[...] se o Ceará conseguiu fazer o que fez com um desmonte das políticas culturais em nível nacional, imagina agora que teremos um ministério”, afirmou ela.
As demais pastas acomodam quem já estava na gestão dos principais aliados de campanha do petista, Camilo e Izolda. A ex-primeira-dama, Onélia Santana vai seguir como titular da Secretaria da Proteção Social (SPS). Ela agradeceu o convite e disse que é preciso "proteger, olhar com carinho e humanidade para os mais vulneráveis”.
“Fortalecer ainda mais o Sistema Único de Assistência Social (Suas) para dar esperança, dignidade e oportunidade para o nosso povo. E trabalhar de forma cooperativa, transparente e dialogada ”, escreveu pelas redes sociais.
Mauro Albuquerque será reconduzido ao cargo na Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Em seus primeiros atos como titular em 2019, ele implantou medidas consideradas duras, como o corte de visitas íntimas nos presídios, o fechamento de unidades e a redistribuição de presos e agentes.
Sua fala que não reconhecia a existência das facções desencadeou uma onda de ações violentas pelo Estado. Foram incendiados veículos do transporte coletivo, prédios públicos, agências bancárias e comércios.
Rodrigo Bona Carneiro seguirá na chefia da Controladoria-geral de Disciplina (CGD), enquanto Rafael Moraes, procurador geral executivo assistente, será promovido para o cargo principal da Procuradoria-geral do Estado (PGE).
Elmano deixou para os próximos dias nomes com perfil mais político, ligados a partidos ou aliados que o apoiaram durante a campanha. Casos do MDB de Eunício Oliveira ou o PP de Zezinho Albuquerque. Ou mesmo o PDT, que também terá espaço no governo.
Nomes
considerados de confiança do governador eleito também ficaram de fora da lista
por enquanto. Eles são cotados para ocupar postos do chamado
"núcleo-duro" do Palácio da Abolição, entre os cotados estão:
Waldemir Catanho e Maximiliano Quintino têm os nomes especulados para ocupar,
respectivamente, a Chefia de Gabinete e a Casa Civil.
Com
informações portal O Povo Online
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