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| O nome de Camilo já vinha sendo dado como certo desde o início da semana (Foto: Fátima Meira) |
O nome de Camilo já vinha sendo dado como certo desde o início da semana, quando uma comitiva cearense, incluindo a governadora, Izolda Cela, (sem partido) e seu sucessor, Elmano Freitas (PT), bateu o martelo em reunião com o presidente eleito.
A decisão marcou o fim de uma quebra de braço interna do próprio PT. O nome de Izolda era cotado, mas ela não tinha vínculos formais com a legenda, mesmo que aliada de Camilo e Elmano.
Alas do partido queriam que alguém filiado assumisse a pasta, considerada uma das peças centrais na Esplanada, mobilizando orçamento bilionário em 2023. O nome do líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG), chegou a ser cotado, mas Camilo acabou ficando com a pasta.
O futuro ministro, natural do Crato, saiu fortalecido das eleições de 2022, quando concorreu ao Senado pela primeira vez, sendo eleito com 69,71% dos votos. Em 2014, se candidatou ao Governo do Ceará e foi eleito no 2º turno com 53,35% dos votos. Em 2018, foi reeleito com a maior votação da história do estado para o cargo: 79,95% dos votos no 1º turno.
O ex-governador disse ontem, após o anúncio, se sentir “honrado com a missão”, mas ressaltou o grande desafio ao assumir a pasta. O futuro ministro teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) afirmando que a gestão "desorganizou a educação", sendo, segundo ele, necessário implementar o sistema nacional de educação.
Camilo traçou os primeiros nortes a serem mirados em sua gestão no MEC. Um deles é reparar os danos provocados pela pandemia de Covid-19, como a evasão escolar de mais de 650 mil crianças, segundo o Censo Escolar.
"É uma determinação do presidente colocar a educação como prioridade, principalmente a educação básica. É preciso voltar a ter visão sistêmica da educação. O foco é a educação básica, da educação infantil ao ensino médio", disse.
Ele indicou também que quer gerenciar um "ministério de diálogo", com foco na criação de um pacto entre estados e municípios. Segundo ele, será convocada uma reunião com todos os secretários de educação do país. Será feito ainda levantamento de obras paradas de equipamentos no setor da educação.
As projeções feitas pela equipe de transição são de que Camilo deve encontrar um MEC gravemente atingido por cortes no governo Bolsonaro. Nos últimos quatro anos, o orçamento total da pasta foi de cerca de R$ 566 bilhões, com cerca de R$ 113 bilhões foram cortados, conforme o Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB). Em ação mais recente, o contingenciamento impossibilitou o pagamento de mais de 200 mil bolsas da Capes.
O ex-governador é formado em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma instituição. Ex-secretário de Cidades na gestão de Cid Gomes (PDT), o petista integrou a equipe do governo de transição do presidente eleito como um dos coordenadores do grupo técnico de Desenvolvimento Regional.
Essa era justamente a área que Camilo gostaria de assumir, quando inicialmente abordado por Lula. No entanto, a pasta era, e ainda é, disputada por diversos partidos. Por isso, segue a indefinição de quem vai ocupar essa cadeira. Ao todo, 16 ministérios ainda não tiveram os respectivos titulares anunciados por Lula.
Até o momento, Lula anunciou 21 nomes que devem integrar seu governo em 2023, sendo 15 somente ontem. Desses, seis são mulheres.
Ficaram definidos: Educação, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Relações Institucionais, Mulheres, Saúde, Gestão e Inovação, Ciência e Tecnologia, Cultura, Trabalho, Portos e Aeroportos, Indústria e Comércio, Direitos Humanos, Secretaria Geral, Advocacia-Geral da União e Controladoria Geral.
Com
informações portal O Povo Online
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