27 de novembro de 2022

O golpismo bolsonarista em três atos, por Henrique Araújo

O relatório dos militares, a representação do PL de Valdemar da Costa Neto e o pedido de CPI do deputado Marcel van Hattem  são tentativas de desordenar o ambiente político, oferecendo combustível aos golpistas  (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Já se passou quase um mês desde as eleições das quais Jair Bolsonaro saiu derrotado, mas o golpismo segue nas ruas. Minoritário, é verdade, mas ainda vocal, ecoando mensagens delirantes com a pretensão de tumultuar os ritos de transição e posse do novo presidente da República.

Três atos se destacam até agora: primeiro, o relatório dos militares cujo resumo atestava a segurança das urnas, mas ao qual se seguiram declarações do ministro da Defesa de que não era bem assim. Depois veio a ação apresentada pelo PL, partido de Valdemar da Costa Neto, questionando as urnas - apenas uma fração delas, que garantiria, reparem bem, a eleição de Bolsonaro por uma diferença mínima.

É como dizer que, se tirássemos os 7 gols da Alemanha em 2014, o Brasil teria vencido a partida por 1 a zero. Mas bola pra frente. Agora saiu das cartolas golpistas uma CPI para investigar possível abuso de ministros do STF e do TSE. Foi proposta por Marcel van Hattem, deputado do Novo, legenda tão liberal quanto o Partido Liberal de Bolsonaro.

Segundo o parlamentar, o objetivo da comissão é investigar a conduta de magistrados contra os patriotas que, entre outras trivialidades, defenderam que Lula não poderia tomar posse caso eleito ou financiaram atos antidemocráticos, a exemplo do bloqueio das rodovias. Em comum, o relatório dos militares, a ação do PL e a CPI são tentativas de desordenar o ambiente político, oferecendo combustível aos golpistas.

 Publicado originalmente no  portal O Povo Online

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