Lula e Bolsonaro antes do início do primeiro debate do segundo turno (Foto: Nelson Almeida) |
No primeiro debate do segundo turno, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) duelaram ontem por quase duas horas sobre os temas do combate à pandemia, corrupção e fake news. O encontro foi realizado pela Band TV juntamente com Uol, Folha de S. Paulo e TV Cultura.
No primeiro bloco, o petista priorizou tópicos sociais, entre os quais ganhou mais evidência o enfrentamento à Covid-19 nos anos de pandemia.
"A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou", disse Lula.
O atual mandatário se esquivou afirmando que, em 2020, quando eclodiu a crise sanitária, não havia vacina disponível - a CPI da Covid demonstrou, porém, que houve ofertas de farmacêuticas para o Governo Federal no começo do segundo semestre daquele ano, todas ignoradas pela gestão Bolsonaro.
De formato livre, com os participantes caminhando pelo palco, o debate permitiu que os dois contendores estivessem quase todo o tempo próximos um do outro.
"O Brasil foi um dos países que mais vacinaram no mundo e iniciou a vacinação mais rápido", respondeu o chefe do Executivo, sem se referir aos atrasos sucessivos na compra do medicamento ou à defesa sistemática de remédios comprovadamente sem eficácia.
Para o ex-presidente, Bolsonaro não se aconselhou com entidades científicas, como o Instituto Butantã e a Fiocruz, e ainda foi negligente na crise dos respiradores de Manaus (AM).
Bolsonaro rebateu o petista mencionando episódios envolvendo o Consórcio Nordeste e governadores ligados ao partido do ex-presidente.
"A grande verdade", devolveu o presidente, "o senhor não fez nada pelo Brasil, a não ser transpor dinheiro público para o seu bolso e o dos seus amigos".
Todo o primeiro bloco do debate foi dominado por esse ponto. O segundo foi dedicado às perguntas dos jornalistas. Voltada para ambos, a pergunta sobre ampliação do STF confrontou Bolsonaro sobre declarações segundo as quais ele estudava aumentar a quantidade de vagas de magistrados.
O candidato à reeleição negou qualquer proposta nesse sentido. "Da minha parte está feito o compromisso. Não terá nenhuma proposta, nunca estudei isso com profundidade", desconversou Bolsonaro.
Lula, por sua vez, declarou que a ditadura já fez aumento de magistrados na Suprema Corte" e que "não é democrático um presidente da República querer ter ministros da Suprema Corte como amigos".
Já no terceiro e último bloco, o tópico mais demandado foi o da corrupção. Lula usou grande parte do tempo para tratar de casos na Petrobras, mas, conforme o petista, só descobertos, investigados e punidos porque a Polícia Federal, no governo dele, tinha liberdade de atuação
"Não tenho nenhum problema de explicar o petrolão e o petrolinho. Se houve corrupção na Petrobras, não precisava ter quebrado as empresas. Prendesse quem roubou e deixasse as empresas trabalhando", argumentou.
Consumindo muito tempo, o petista esgotou suas falas quando Bolsonaro ainda dispunha de cinco minutos, usados para associar Lula aos governantes Daniel Ortega, da Nicarágua, e Nicolás Maduro, da Venezuela.
Nas considerações finais, Lula citou o esquema de rachadinha e as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação (MEC). "O meu adversário é efetivamente o cara que tem a maior cara de pau para contar inverdades aqui", provocou Lula.
Já
Bolsonaro repetiu que Lula era um criminoso "tentando voltar à cena do
crime", ecoando fala de Geraldo Alckmin, hoje candidato a vice do petista.
Com informações portal O Povo Online
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