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25 de outubro de 2022

Lula diz que Jefferson é "o resultado do que acontece no governo Bolsonaro"

Lula em ato pela Democracia na PUC, em São Paulo (Foto: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, ontem, o ataque do ex-deputado federal Roberto Jefferson a agentes da Polícia Federal, no domingo, e a tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de se afastar do antigo aliado. Para o petista, o episódio em que o cacique do PTB se recusou a aceitar uma ordem de prisão é "uma fotografia do que acontece no governo Bolsonaro". Mais: acusou o presidente de ter "tudo a ver" com Jefferson, mesmo que não reconheça.

"O Roberto Jefferson é, basicamente, a fotografia, o resultado do que acontece no governo Bolsonaro. Ele é o resultado de tudo que é plantado no Brasil. É resultado de um momento de muitas mentiras. O comportamento dele não é o comportamento de um cidadão normal, e o presidente da República tenta, mais uma vez, contar inverdades para a sociedade brasileira, a ponto de dizer que não era amigo e não conhecia Jefferson", acusou.

Como era de se esperar, a campanha petista aproveitou o episódio para ligar o ex-deputado ao presidente — um vídeo circulou nas redes sociais mostrando a associação entre Jefferson e Bolsonaro. O material eleitoral reuniu, também, casos recentes de violência praticados por apoiadores de Bolsonaro — como o assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

"Sinceramente, me parece que a primeira palavra que ele (Bolsonaro) aprendeu quando começou a falar foi fake news. Só pode ser, porque o cidadão não pode achar que o Brasil é composto por 215 milhões de imbecis. Ele só pode pensar isso, porque a desfaçatez com que despreza um aliado, que esteve com ele todas as horas, que esteve com ele nas eleições, que esteve com ele ofendendo a Suprema Corte, a Justiça Eleitoral... De repente, ele fala que não conhece. Chama o rapaz de bandido, um cara que é aliado dele", apontou.

O petista também considerou absurdas as ofensas de Jefferson à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, que motivaram o mandado de prisão cumprido no último domingo — em vídeo, o ex-deputado a chamou de "prostituta", além de outras baixezas. "Não é possível a gente ver um cidadão fazer as ofensas que fez a uma ministra, com palavrões que ninguém em sã consciência teria coragem de fazer", disse.

Em relação ao vídeo da prisão de Jefferson no qual policiais federais riem ao ouvir o relato do ex-deputado sobre o ataque que fez contra os agentes — dois ficaram feridos pelas granas atiradas pelo petebista —, Lula afirmou que trata-se de algo que envergonha o país. "Não sei qual é a relação de amizade entre aquele delegado e o Roberto Jefferson, porque os dois pareciam amigos. Não sei porque o presidente tentou mandar um ministro (o da Justiça, Anderson Torres, foi enviado por Bolsonaro para acompanhar o desfecho do caso). O presidente queria que fosse uma caravana de autoridades para tentar resolver um assunto que era só de polícia, porque tinha mandado judicial", salientou.

Lula também foi questionado sobre a tentativa de Bolsonaro de ligá-lo a Jefferson, que denunciou o escândalo do Mensalão, no primeiro governo Lula, em 2005 e abriu a primeira grande crise de credibilidade do PT e de seus dirigentes. Em sabatina na Rede Record, no último domingo, o presidente afirmou que Lula "sempre passa pano, ele trata bem (os bandidos). Como sempre tratou bem Roberto Jefferson e José Dirceu".

O petista classificou a tentativa de Bolsonaro de ligá-lo a Jefferson como uma mentira e disse que gostaria de estar, nesta campanha eleitoral, discutindo medidas propositivas para o futuro do país.

"(Mas) Estamos discutindo mais uma presepada do presidente da República contando mentiras", respondeu.

Na noite de domingo, enquanto Bolsonaro era sabatinado, Lula dava entrevista ao youtuber Cauê Moura e ao artista gráfico Load, no podcast Desce a Letra Show. E deu gargalhadas ao ver que Load estava com uma meia que trazia com uma imagem do petista.

Com informações portal Correio Braziliense

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