Camilo, Izolda e Elmano usaram as redes sociais para rebater o presidente (Foto: Reprodução/Facebook) |
As declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), associando a maior votação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos estados do Nordeste no primeiro turno das eleições ao analfabetismo, geraram fortes críticas de políticos cearenses.
A governadora do Ceará Izolda Cela (sem partido) rebateu ontem as falas do presidente, afirmando que a atitude de Bolsonaro "destila preconceito e xenofobia" contra nordestinos.
"O
presidente dá provas evidentes do que já se sabe: ele não conhece o Brasil e
não tem respeito pelas pessoas. Infelizmente, o analfabetismo ainda é um
problema brasileiro. Ele não sabe disso porque o Governo Federal não dialoga
com estados nem com municípios", disse Izolda.
A mensagem publicada por Izolda se referia às declarações de Bolsonaro durante transmissão no Facebook. "Lula venceu em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo", disse ao ler o título de uma notícia sobre o assunto.
"Esses estados do Nordeste estão há 20 anos sendo administrados pelo PT. Onde a esquerda entra, leva o analfabetismo leva a falta de cultura, leva o desemprego, leva a falta de esperança", disse Bolsonaro.
Izolda citou o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), criado no Ceará há cerca de 15 anos. A ação é uma cooperação entre o Estado e municípios para que alunos da rede pública de ensino sejam alfabetizados até o segundo ano do ensino fundamental.
"Vem sendo uma referência" para o Brasil, destacou a governadora. Em seguida, ela relembrou dados recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referenciando que o Ceará possui 87 das 100 melhores do ensino fundamental (1º ao 5º ano).
"O presidente, que deveria cuidar de todos os brasileiros, destila preconceito e xenofobia com o povo nordestino, sem o mínimo conhecimento. Uma pena! Inaceitável!", finalizou Izolda.
O senador eleito Camilo Santana (PT) também fez fortes críticas a Jair Bolsonaro. O ex-governador petista apontou desrespeito e intolerância nas declarações do presidente.
"Respeite
os nordestinos! Somos um povo trabalhador e inteligente. E grato. Seu
comportamento intolerante e desrespeitoso com o Nordeste não nos faz baixar a
cabeça. Pelo contrário. Só aumenta nossa força para lutar e voltar a ser feliz
de novo", disse Camilo em postagem publicada na manhã de ontem.
Elmano de Freitas (PT), governador eleito do Ceará em 1º turno no último domingo, foi outro a reagir às falas de Bolsonaro, chamando o presidente de "preconceituoso e intolerante".
"Um
presidente que nunca respeitou o Nordeste e que volta a nos atacar. E vai na
alma daquilo que mais zelamos: a educação. Não aceitamos seu comportamento
preconceituoso e intolerante. A resposta será dada nas urnas dia 30. Pelo bem
da democracia, do Nordeste e do Brasil", disparou o governador eleito.
Lula venceu nos nove estados nordestinos. Na região, o petista obteve 21,6 milhões de votos, contra apenas 8,7 milhões do atual chefe do Executivo, que disputa a reeleição no segundo turno contra o petista. Foram 12,9 milhões de sufrágios a mais que Bolsonaro, a maior distância entre os dois concorrentes nas cinco regiões do País, sendo o Nordeste a segunda mais populosa do Brasil.
O ex-presidente também rechaçou Bolsonaro e o preconceito de suas falas. "As pessoas que são analfabetas não são analfabetas por sua responsabilidade, elas ficaram analfabetas porque esse país nunca teve um governo que se preocupasse com a educação" como sob sua presidência (2003-2010), afirmou Lula, após um ato de campanha em São Bernardo do Campo.
"Quem
tem uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse sujeito. Os nordestinos
estão em todo o Brasil, trabalham e constroem esse país. Que Bolsonaro busque o
voto da turma da rachadinha do Queiroz", publicou Lula nas redes sociais.
Bolsonaro rebateu as acusações de xenofobia contra o Nordeste. Após as críticas, o presidente disse que para a população não cair em narrativas que tentam “nos colocar contra nossos irmãos do Nordeste”.
“A
esquerda divide para conquistar. Já tentaram com negros, mulheres, indígenas,
etc. Agora tentam com nordestinos, para abafar conquistas como a Transposição
do São Francisco, que nós concluímos”, escreveu nas redes sociais.
Com
informações portal O Povo Online
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