16 de outubro de 2022

Em visita ao Ceará, Bolsonaro rebate críticas e ataca Lula

Bolsonaro concedeu coletiva no Aeroporto ao lado de apoiadores (Foto: Aurélio Alves)

Em sua primeira visita ao Ceará na campanha eleitoral de 2022, o presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu críticas, atacou o ex-presidente Lula (PT) e abordou as estratégias que pretende adotar para melhorar desempenho entre o eleitorado local. No Ceará, o candidato obteve 25,3% dos votos no primeiro turno, contra 65,9% de Lula. Segundo o chefe do Executivo, a ideia é "conversar, como estamos conversando com vocês aqui", e "levar a verdade para a população, quem decide é o povo".

O presidente desembarcou na capital cearense por volta de 12h30min. Do Aeroporto Internacional Pinto Martins, seguiu para comício no bairro Conjunto Ceará, já no limite com o município de Caucaia.

Durante mais de meia hora, Bolsonaro defendeu pontos de sua gestão, entre eles a criação do Auxílio Brasil, e prometeu manter o patamar no preço dos combustíveis. Também acenou com investimentos no setor eólico na região do Nordeste, que votou majoritariamente no seu adversário.

Atrás nas pesquisas de preferência de voto, o postulante tenta reduzir a vantagem de Lula entre nordestinos. Para tanto, ele negou afirmações de que teria sido preconceituoso ao associar o voto do morador da região ao analfabetismo.

"Quando se fala em analfabetismo", disse, "quiseram colar em mim como se estivesse criticando o povo nordestino, mas a pesquisa que foi feita não foi feita por mim".

Em seguida, assinalou que, "no tempo do PT se levava três anos para se alfabetizar, agora se leva seis meses".

"É assim nos apresentamos para a população, desfazendo mentiras por parte da esquerda. 'Ele não gosta de nordestinos.' A minha esposa é filha de um cearense, de Crateús. 'Ele não gosta de negros.' O meu sogro é o Paulo Negão. Eu arrisquei minha vida tirando um soldado negro da lagoa em 1978. Por que racista?", perguntou Bolsonaro, acrescentando que "os partidos que mais elegeram afrodescendentes neste ano são de direita".

Ainda sobre o PT e Lula, o gestor pontuou que "um cara que prometeu e não trouxe água para os seus irmãos do Nordeste agora promete picanha e cerveja", citando frase repetida pelo ex-presidente em seus atos de campanha.

"Chega de mentir, falem a verdade. Eu agora sou canibal, como índio. Só tem um lado bom: não tem o que falar a meu respeito", declarou, rejeitando que haja corrupção no seu governo, mesmo com investigação em andamento que apura esquema de propina supostamente instalado no Ministério da Educação (MEC).

"Cadê a corrupção no governo? Cadê a CPI da Covid? Se acusa, se fala e não se chega a lugar nenhum", desconversou o presidente.

Cercado de apoiadores, entre eles Capitão Wagner (União Brasil), André Fernandes (PL), Acilon Gonçalves (PL), Carmelo Neto (PL) e Kamila Cardoso (Avante), Bolsonaro também avaliou o seu desempenho no Ceará no dia 3 de outubro.

De acordo com ele, os ataques desferidos por oponentes tiveram impacto na intenção de voto dos cearenses. "É muita desinformação praticada pelo PT, é muita mentira. Não gosta de nordestino, não gosta de negro, vai acabar o Bolsa Família, é o tempo todo assim. Muita gente acredita nisso, a gente vai desmentindo isso aí", considerou.

O chefe do Executivo criticou ainda a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que suspendeu duas investigações contra institutos de pesquisa, abertas a pedido da PF e do Ministério da Justiça.

"Pesquisas mentirosas", devolveu o governante, "quando a gente começa a investigar os institutos, o que o Alexandre de Moraes faz? Não pode investigar. Ainda abre inquérito contra o Ministério da Justiça por abuso de autoridade".

Antes do ato na periferia de Fortaleza, o presidente negou que planeje aumentar o número de vagas no Supremo Tribunal Federal (STF) na hipótese de reeleger.

"Inventaram que eu vou aumentar pra mais cinco o STF. Eu já tenho dois lá, caso reeleito boto mais dois, fico com quatro", justificou, ignorando declaração dada por ele mesmo segundo a qual estudava, a partir de uma sugestão, a possibilidade de ampliar o plenário do STF.

Com informações portal O Povo Online

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