O ex-presidente do Novo avalia atual presidente como risco ao estado democrático de direito (Foto: Paulo Whitaker) |
"Bolsonaro tem se mostrado, ao longo do tempo, um péssimo gestor. Acho que isso não é novidade pelo próprio histórico que ele tinha de atuação no Parlamento, mas além disso, ele se mostrou uma figura muito autocrática e se coloca em inúmeras vezes acima das instituições", disse em entrevista ao programa O POVO no Rádio, das rádios O POVO CBN e CBN Cariri.
Ele afirma que outro ponto determinante para a escolha foi o fato do vice na chapa do petista ser Geraldo Alckmin (PSB), a quem ele considera "uma pessoa mais ao centro".
Quinto colocado na disputa presidencial em 2018, Amoedo diz estar em jogo no pleito deste ano a "preservação do Estado democrático de Direito".
O ex-dirigente do Novo afirma que Bolsonaro fez um "processo de cooptação de boa parte do Legislativo" por meio do orçamento secreto e de emendas parlamentares. Ele ainda desaprova o tom "agressivo" com que o presidente e seus apoiadores têm se direcionado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Amoêdo criticou a proposta defendida pela ala bolsonarista mais radical de aumentar o número de ministros do STF. "Com isso, teria o controle de nove membros do Supremo e isso poderia levar a Suprema Corte subjugada a um outro poder do Executivo, o que seria ruim dentro do nosso regime democrático”, avaliou.
O presidente já havia indicado que poderia discutir o tema após as eleições, o que gerou reações negativas na esfera política do País. Entretanto, no debate presidencial realizado na TV Bandeirantes, ele recuou e assumiu o "compromisso" de "não terá nenhuma proposta" sobre a pauta. Bolsonaro ainda afirma que o assunto é “invenção” da imprensa.
Ao declarar apoio a Lula na última semana, Amoêdo disse que faria o que "nunca imaginou" e acrescentou: "Pela primeira vez na vida, digitarei o 13".
A decisão gerou críticas no perfis oficiais do partido, incluindo ameaças de expulsão e um manifesto de lideranças pedindo sua desfiliação. Esta semana, o presidente nacional da legenda, Eduardo Ribeiro, afirmou que apesar de o Novo ter liberado o voto para o segundo turno, a ação não incluía a opção de escolher o petista.
Durante a entrevista de ontem, o João disse que "estranhou" a posição da sigla em relação ao seu voto e afirmou que apenas exerceu um direito. Ele diz que não pretende sair da legenda e pede que o grupo faça uma avaliação do atual cenário político. "Eu quero que o partido faça uma autocrítica, coloque na balança os resultados que ele obteve", ressaltou.
Comparando o desempenho da sigla nas eleições de 2018 e 2022, o Novo recuou de oito para três deputados federais, de 12 para cinco estaduais e obteve cerca de dois milhões de votos a menos com a candidatura à Presidência. Sem superar a cláusula de barreira, o partido ainda perdeu vaga garantida nos debates e acesso ao fundo eleitoral para 2026.
Apesar do voto em Lula, Amoêdo indicou que não deve se engajar na campanha petista e será "oposição" a partir de 2023. "Estamos em um momento crítico. Estamos vendo um País bastante dividido, não seria razoável nesse momento me omitir, me ausentar desse debate. Então, fiz essas ponderações todas e entendi que era melhor eu dormir em paz com minha consciência por ter me posicionado", avaliou.
Com informações portal O Povo Online
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