Ataques aos nordestinos se multiplicam nas redes sociais após 1º turno (Foto: Reprodução/Instagram) |
A central da ONG de proteção aos Direitos Humanos Safernet Brasil recebeu cerca de 14 denúncias de xenofobia por hora na última segunda-feira. Ao todo, foram 348 registros no dia após o primeiro turno das eleições. O número quase supera o total de reclamações registrado nos primeiros seis meses do ano passado (358). No domingo, dia do pleito, foram registradas 10 denúncias.
Uma onda de ataques a nordestinos nas redes sociais se estabeleceu conforme a apuração dos votos mostrou o favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos nove estados que compõem a região. As mensagens partiam principalmente de perfis anônimos, mas que se identificam como apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), e reduziam o Nordeste a uma imagem de pobreza e subdesenvolvimento.
Ontem, viralizou um vídeo no qual a advogada Flávia Moraes, então vice-presidente da Comissão da Mulher da OAB de Uberlândia (MG) — depois da repercussão, ela deixou o cargo —, ataca os nordestinos e diz que vivem de migalhas.
"Nós que geramos empregos, nós que pagamos impostos, vocês sabem o que a gente faz? Nós gastamos o nosso dinheiro lá no Nordeste. Não vamos fazer isso mais. Vamos gastar dinheiro com quem realmente merece. A gente não vai mais alimentar quem vive de migalhas. Vamos gastar nosso dinheiro no Sudeste, no Sul ou fora do país", disse, ao lado de duas amigas. O presidente da OAB/MG, Sérgio Leonardo, disse que vai haver processo disciplinar, cujas penas vão da advertência até a expulsão.
Comparando o primeiro semestre deste ano com o de 2021, a organização já havia observado aumento de 520,6% nas denúncias de xenofobia: pulou de 358 para 2.222 este ano.
Nordestinos famosos e anônimos rebateram os comentários xenofóbicos nas redes sociais.
Whindersson Nunes foi um dos primeiros a se pronunciar “’Vocês tentam esconder, mas você vê todo um povo gente boa demais, trabalhador demais, como ‘pessoas que querem dinheiro fácil’ ou que ‘não produz nada’. O Nordeste não é sua empresa, não preciso mais construir calçadas pra você andar. Fodam-se’”, escreveu Whindersson. Após a repercussão, o internauta excluiu seu perfil na redes social.
Ex-colegas de um programa de confinamento na TV, o economista Gil do Vigor e a cantora Juliette Freire também repudiaram os discursos xenofóbicos direcionados para a população nordestina.
"Em termos de política, nós precisamos colocar a cabeça no lugar, se conscientizar, respeitar o outro... Isso é democracia. Posso ter o meu pensamento e eu quero ser respeitado por ele, então preciso também respeitar o outro", começou Gil, em seus Stories. "Uma coisa que não se pode tolerar é a xenofobia. Estou vendo uma galera sendo xenofóbica com o pessoal do nordeste, o meu nordeste, e que defendo sim."
Já Juliette, que também é advogada, orientou as vítimas dos comentários a denunciar. "Hoje foi o dia inteiro de comentários xenofóbicos, preconceituosos. É simples a denúncia, você tira print, vai ao site da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal, preenche o formulário e faz a sua notícia-crime. Já que não há respeito, resta pelo menos justiça", completou a campeã do BBB 21.
Jornais
de quase todos os estados do Nordeste publicaram texto do escritor e jornalista
cearense Lira Neto teve em que exalta a “Brava gente nordestina” e elenca
vários motivos pelos quais o nordeste disse não ao presidente Jair Bolsonaro.
Com informações portal Correio Braziliense
Clique aqui e leia o texto do escritor por Lira Neto
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