A "loucura" de Roberto Jefferson por Luiz Carlos Azedo

Mesmo atuando para contingenciar a crise, Bolsonaro se desgastou eleitoralmente com o episódio de Roberto Jefferson  (Foto: Reprodução/Facebook)

Ao resistir à prisão a tiros contra agentes da Polícia Federal (PF), ferindo um delegado e uma policial, ex-deputado Roberto Jefferson antecipou um tipo de atitude que vinha anunciando faz tempo, com objetivo de agitar as redes bolsonaristas mais radicais e estimular uma reação armada à eventual eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes mesmo da conclusão da apuração dos votos, no próximo domingo. Com a prisão preventiva, em razão das agressões covardes e inadmissíveis que fez à ministra Cármem Lúcia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes — autor do mandado de prisão — tirou de circulação o mais radical aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava ameaçando incendiar o país no dia da eleição.

Jefferson, um político capaz das atitudes mais imprevisíveis e extremas, revelou desespero por ter sido tirado do jogo antes de entrar em campo. Sua atitude pegou Bolsonaro de surpresa, que estava em São Paulo para um “tour de force”, cujo objetivo era consolidar sua vitória no maior colégio eleitoral do país. O petebista roubou a cena do último domingo da corrida eleitoral. O que era para ser o ponto alto da campanha, virou um dia de pauta negativa, com o presidente da República tendo que dar declarações contra o aliado e despachar seu ministro da Justiça, Anderson Torres, para negociar a rendição de Jefferson.

A intervenção de Torres, que negociou a rendição de Jefferson não se sabe em que termos, foi uma “não-conformidade”, no jargão administrativo. Entretanto, evitou que a PF invadisse a casa do ex-deputado e o prendesse com emprego de violência proporcional àquela que ele usou para resistir à prisão, uma vez que o ex-deputado federal transformou sua residência em Comendador Levi Gasparian, no interior fluminense, num verdadeiro bunker, do qual disparou tiros de fuzil e lançou granadas contra os policiais federais. Eleitoralmente, mesmo atuando para contingenciar a crise, Bolsonaro se desgastou eleitoralmente. Prestou solidariedade aos policiais feridos e chamou Jefferson de criminoso, mas já era leite derramado.

Com informações portal Correio Braziliense

Leia também:

Última semana para o 2º turno começa sob sombra da prisão de Roberto Jefferson