O Parque Estadual das Águas é composto pelos açudes Pacoti, Riachão e Gavião e abrange seis municípios (Foto: Fco Fontenele) |
O Ceará ganhou ontem (13/09) uma nova unidade de proteção integral do meio ambiente: o Parque Estadual das Águas. A área tem 9.836,72 hectares, seis vezes o tamanho do Parque do Cocó, e situa-se no entorno do sistema hídrico composto pelos açudes Pacoti, Riachão e Gavião. No total, seis municípios são abrangidos: Aquiraz, Guaiúba, Horizonte, Itaitinga, Pacajus e Pacatuba, todos na Região Metropolitana de Fortaleza.
Com essa dimensão, a nova unidade de conservação (UC) é o segundo maior parque do Estado, atrás apenas do Parque Estadual das Carnaúbas, localizado entre os municípios de Granja e Viçosa do Ceará.
Artur Bruno, titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), destaca que o novo parque conecta-se a outras UCs criando um cinturão verde ao redor da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Conforme o gestor, serão permitidas pesquisas científicas, ações de educação ambiental e atividades como o turismo ecológico.
“São três açudes e a vegetação ao redor, que a gente vem preservando há mais de 30 anos. A nossa preocupação é preservar a qualidade da água”, acrescenta João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). “Essa água abastece 4,5 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o parque vai trazer novas oportunidades para o Estado e para os municípios”, avalia.
“Quando se fala em água, se fala em vida, em saúde, em bem-estar, em condição de prosperar”, afirmou a governadora Izolda Cela durante cerimônia para a assinatura do decreto de criação do parque.
“Esse decreto é mais uma ação de coerência do Governo com o Ceará verde que desejamos construir e fortalecer”, disse ela.
"O Parque das Águas é a 37º unidade de conservação estadual no Ceará. A previsão da Sema é de que outras cinco UCs sejam criadas até o fim de 2022"
Andréa Moreira, orientadora da Célula de Conservação da Diversidade Biológica da Sema, explica que os trâmites acontecem desde 2017. Segundo ela, todas as etapas necessárias para criar uma UC foram seguidas, especialmente análises técnicas e diálogos com moradores e empresários da região.
“Foram consideradas as demandas atuais e futuras de utilização dos recursos, tanto sob a perspectiva de uso direto, principalmente dos recursos hídricos e pesqueiros, quanto do uso indireto, com o uso público de potencialidades e atrativos turísticos”, expõe Andréa.
Com a assinatura do decreto na manhã desta terça-feira, os próximos passos devem se concentrar em constituir a gestão e as regras de uso do Parque das Águas.
Conforme a proposta de criação, um dos objetivos é proteger os recursos hídricos que abastecem a RMF. Além disso, é prioritário preservar a diversidade biológica, valorizar a beleza cênica e promover ações de uso público e educação ambiental sobre a importância da Caatinga.
Diversidade
ecológica
Estudos já realizados na área apontam que, em relação à flora, o Parque das Águas deverá proteger 214 espécies. Entre elas, estão 75 novos registros de espécies e uma espécie quase ameaçada, o pau-d’arco-roxo (Handroanthus impetiginosus).
A fauna conta com cerca de 180 espécies, sendo 14 espécies nativas de peixes para o estado do Ceará e nove endêmicas da Caatinga. São quatro espécies de anfíbios e cinco espécies de répteis endêmicas do ecossistema.
Há
ainda um total de 148 espécies de aves a serem protegidas pela UC. Em relação
aos mamíferos, oito espécies foram identificadas na área, sendo que duas estão
ameaçadas de extinção: o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) e o
gato-do-mato-pequeno
Com
informações portal O Povo Online
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