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27 de setembro de 2022

Em "Manifesto à Nação", Ciro denuncia "virulenta campanha" pela sua desistência da corrida eleitoral

Cercado por apoiadores e aliados Ciro deixou claro que não cederá à pressão para desistir da candidatura (Foto: Reprodução/Twitter)

Pressionado pela campanha a favor do voto útil no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador Ciro Gomes (PDT), também candidato ao Planalto, reafirmou que continuará na corrida eleitoral e se disse vítima de uma "virulenta campanha nacional e internacional" para que desista de concorrer ao pleito. Ele também voltou a criticar as campanhas que buscam virar o voto de seus eleitores. A postura do pedetista contrasta com a que adotou em 2018, quando pregou voto útil nele na disputa com Fernando Haddad (PT).

Cercado por apoiadores e aliados em seu comitê de campanha, ontem, na capital paulista, Ciro leu o que chamou de "manifesto à nação", que foi transmitido, ao vivo, em todas as suas redes sociais. Ele enfatizou que "o Brasil está na iminência de sofrer a maior fraude eleitoral de sua história". Criticou a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL), e criticou a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).

"Lula e o PT passaram 14 anos no poder e deixaram o Brasil com os mesmos problemas que encontraram. A prova disso é a rápida evaporação dos efeitos da fugaz benesse que conseguiram produzir, impulsionada por ciclos favoráveis de commodities", discursou. "Bolsonaro, sua cria maligna, seguiu parte dessa cartilha, aliando-se ao Centrão e rendendo-se à corrupção e ao clientelismo. E acrescentou, sem dúvida, conteúdos gigantescamente mais pavorosos: o desrespeito às instituições e crimes contra a humanidade", atacou.

Ciro acusou Lula e Bolsonaro de se aliarem aos mesmos envolvidos em escândalos de corrupção no passado, a quem chama de "corja que saqueou o país", e disparou contra as investidas para virar votos de seus eleitores. 

"Na reta final da campanha mais vazia da história, embalam tudo no falso argumento do voto útil. Com essa pregação, querem eliminar a liberdade das pessoas de votarem, no regime de dois turnos", disse o presidenciável. "Querem calar as vozes das dissidências e submetê-las, sob o regime do medo e do terror velado, a dois blocos rivais que se escondem no maniqueísmo e no personalismo para disfarçar as profundas e definitivas semelhanças."

Ao fim do pronunciamento, Ciro deixou claro que não cederá à pressão para desistir da candidatura. "Por mais jogo sujo que pratiquem, eles não me intimidarão. Não fugirei do verdadeiro embate democrático e não compactuarei com essa farsa. Tenho compromisso de vida e de morte com a luta por um Brasil melhor e nada me amedrontará nem irá me deter", destacou.

O pedetista é alvo prioritário da campanha pelo voto útil em Lula. Entre os que viraram o voto estão, por exemplo, artistas como Caetano Veloso e Tico Santa Cruz. Na semana passada, uma ala do próprio partido de Ciro publicou manifesto defendendo o voto no petista e ressaltou que a candidatura do pedetista é "inviável". Uma das críticas sofridas pelo presidenciável é que seu comportamento, extremamente crítico a Lula, favorece Bolsonaro. Foi o que enfatizou, por exemplo, a carta aberta assinada por políticos e intelectuais da América Latina, divulgada na semana passada. O grupo dizia que o pedetista não tem chance de vencer as eleições e, ao manter a candidatura, estaria facilitando a vitória de Bolsonaro.

Com informações portal Correio Braziliense

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