30 de setembro de 2022

Debates na TV Jangadeiro: candidatos travaram confrontos sobre o Ceará e sobre si próprios

Roberto Cláudio, Capitão Wagner e Elmano Freitas na TV Jangadeiro (Foto: Aurélio Alves)

O debate da TV Jangadeiro, realizado ontem (29/09), fechou série de encontros em veículos de imprensa entre os três candidatos ao Governo do Ceará mais bem posicionados nas pesquisas. Capitão Wagner (União Brasil), Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) travaram seis confrontos de ideias sobre o Estado, com muitos momentos em que os embates giraram em torno das personalidades políticas dos três.

Nesse último debate, o enfrentamento mais intenso ocorreu entre o candidato do PT e do União Brasil. Wagner trabalhou o discurso com objetivo de atrelar Elmano à imagem de alguém "fraco".

Elmano, por sua vez, investiu na linha segundo a qual Wagner é falsamente equilibrado, quando, na realidade, essencialmente radicalizado, enquanto líder de um motim de policiais militares ocorrido entre 2011 e 2012, por exemplo.

Os dois travam briga pela primeira colocação na disputa. Ambos já apareceram nela, a depender do instituto de pesquisa. À medida que os dias de campanha correram, o tom dos três candidatos e os rumos do "roteiro" das discussões se alteraram.

Elmano nacionalizou a discussão tanto para se associar a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao terceiro mandato presidencial e com alta popularidade no Ceará, como para "bater" em Wagner ao explorar a relação dele com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contra Roberto Cláudio, o candidato do PT e o próprio Wagner convergiram no argumento de que as críticas aos governos de Camilo Santana (PT) e de Izolda Cela (sem partido) soavam falsas, pois vindas de um aliado de longa data recentemente rompido.

A cisão se deu no contexto da escolha dele como candidato do PDT na disputa. O PT defendia Izolda como postulante e, quando a atual governadora foi derrotada para RC no diretório estadual, rompeu a aliança de 16 anos. Elmano, então, emergiu como candidato do PT.

Nos debates, o postulante do PDT apontou falhas na política de segurança pública, com o poder paralelo exercido pelas facções criminosas no controle de territórios; na saúde pública e no uso do Fundo de Combate à Pobreza do Ceará (Fecop).

Apesar de convergentes no resultado prático, as críticas ao pedetista tiveram motivações diferentes. Elmano, no sentido de defender o aliado Camilo e seu governo. Wagner, com intuito de ressaltar que é mais legitimado do que RC para apontar defeitos, pois sempre militou na oposição.

Um trunfo retórico de Wagner foi repetir que a aliança estadual da qual Elmano e Roberto Cláudio foram parte (quando no seu formato original) teve 16 anos para resolver os problemas do Ceará. Foi um meio recorrentemente usado de rebater propostas apresentadas tanto pelo petista como pelo pedetista. Roberto Cláudio não ocupou definitivamente o discurso de opositor.

Diante da situação política em que se encontra, apostou no discurso de que seria o rosto de um novo ciclo político para o Ceará. Fez críticas a Camilo, mas reconheceu avanços durante os anos do petista.

Nos momentos de confronto com Elmano, o ex-prefeito de Fortaleza afirmou que o petista toma para si feitos dos governos de Cid Gomes (2007-2014) e de Camilo Santana (2015-2022), além de citar com frequência Lula. Roberto Cláudio também deu ênfase ao currículo, no qual consta oito anos como gestor da Capital, para demarcar que tem a experiência no Executivo que seus dois adversários não possuem.

Com informações portal O Povo Online

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