3 de agosto de 2022

Roberto Cláudio tem vitórias após forte ofensiva de Camilo

Apesar das investidas de Camilo PSB e PSDB confirmaram apoio a Roberto Claudio (Foto: Reprodução/Facebook)

A candidatura de Roberto Cláudio (PDT) a governador sofre com a articulação do ex-governador Camilo Santana (PT). O PDT sofreu dissidência de um grande pedaço da base aliada — talvez o maior — teve a desfiliação da governadora Izolda Cela e viu a debandada de prefeitos para apoiarem Elmano Freitas (PT). Porém, de uma semana para cá, Roberto Cláudio também obteve vitórias. Houve investida de Camilo para tentar tirar dele o PSB e o PSDB — arrastando junto o Cidadania, que está em federação com os tucanos. Os movimentos não deram certo e os partidos dão competitividade à chapa composta por enquanto por PDT e PSD.

Ontem, a candidatura de Elmano sofreu um desfalque que não estava previsto. O comando nacional do Progressistas interveio para impedir a aliança com o PT. Isso significa um peso significativo sobretudo em tempo de rádio e televisão. Mas, também na estrutura do PT. O prejuízo para a montagem que já está arquitetada para o partido é bem grande. Não deixa de ser curioso que a definição tenha vindo do comando nacional, justamente por onde Camilo atuou, sem sucesso, para desfalcar Roberto Cláudio.

Ao colega e vizinho de colunas aos sábados, Carlos Holanda, o deputado Zezinho Albuquerque expressou a estranheza com a decisão do partido. "O PP não nos deu nenhuma orientação que não podíamos nos coligar com partido A, B ou C. Fizemos nossa convenção e o partido fez essa ressalva aí". Ele ainda tentará reverter a intervenção. Como o partido disse que o veto a coligação com o PT vale para todo o Brasil, em tese, vai ser difícil abrir a exceção.

A jornalista Mônica Bergamo informou nesta terça-feira, 2, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito a interlocutores que teme ser alvo de inquérito e mesmo preso caso não se reeleja. Não é um medo recente. Bolsonaro já falou disso algumas vezes.

Na famosa reunião ministerial de 22 de abril de 2020, aquela do vídeo divulgado, de "passar a boiada" e muito mais, o presidente falou: "Se for a esquerda (eleita no Brasil), eu e uma porrada de vocês aqui tem que sair do Brasil, porque vão ser presos".

Em 30 de agosto do ano passado, em entrevista à Rede Fonte de Comunicação, de Goiás, ele disse: "Eles (Supremo Tribunal Federal) querem aguardar um momento para me aplicar uma sanção restritiva, quem sabe quando eu deixar o governo, lá na frente."

Dias antes, em 28 de agosto, ele também havia mencionado a possibilidade, durante o 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos da Convenção Estadual das Assembleias de Deus Madureira (Conemad), em Goiânia. "Eu tenho três alternativas para o meu futuro. Estar preso, ser morto ou a vitória. Podem ter certeza, a primeira alternativa, preso, não existe. Nenhum homem aqui na Terra vai me amedrontar. Tenho a consciência de que estou fazendo a coisa certa. Não devo nada a ninguém", disse à época.

Em discurso em maio deste ano, ele falou que se sente um "prisioneiro sem tornozeleira eletrônica" no comando do País e aí emendou: "Por Deus que está no céu, eu nunca serei preso. Não estou dando recado para ninguém."

No último mês de junho, ao deixar uma churrascaria em Orlando, nos Estados Unidos, ele falou a apoiadores sobre a situação da ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, condenada a 10 anos de prisão por envolvimento com golpe de Estado em 2019.

"A turma dela perdeu (a eleição), voltou a turma do Evo Morales (ex-presidente, que havia sido afastado em golpe de Estado). O que aconteceu um ano atrás? Ela foi presa preventivamente. Agora foi confirmado dez anos de cadeia para ela. Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandre de Moraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?", indagou.

Com informações portal O Povo Online

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