24 de agosto de 2022

"Minha tarefa é reconciliar o Brasil", diz Ciro no Jornal Nacional

Ciro foi o segundo entrevistado no Jornal Nacional (Foto: Reprodução/TV Globo)

O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), segundo sabatinado na série de entrevistas do Jornal Nacional da TV Globo com os principais nomes na disputa ao Palácio do Planalto ao longo desta semana, disse que o processo eleitoral de 2018 está a se repetir no País. Para ele, é preciso "denunciar" as ações o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).

"A corrupção é praticada por pessoas e o desastre econômico é responsabilidade de pessoas e de grupos. Elas têm que ser responsabilizadas", disse Ciro.

Ao longo dos 40 minutos de entrevista, Ciro centrou em atacar as gestões de Bolsonaro e de Lula. Para ele, a frustração com o atual chefe do Executivo, fará o País voltar ao "fracasso". Além de atacar a gestão da pandemia de Bolsonaro, o pedetista rebateu as falas do presidente sobre a ausência de corrupção no Brasil. "A corrupção no Brasil está se institucionalizando tal como é o despudor".

William Bonner insistiu com Ciro sobre a dificuldade de um presidente eleito sem apoio no Congresso para aprovar medidas no Legislativo e questionou como ele pretende colocar em prática as propostas de campanha.

"O Bivar que é presidente do União Brasil me pediu para deixar a porta aberta até o último dia. No fim, foi honesto. Disse: "Olha o problema não é o Ciro. São as ideias dele". Eu represento uma espécie de movimento abolicionista em um sistema escravista.

"O primeiro ano de FHC transcorreu em branco. Qual foi a concepção estratégica do Lula? Ambos se prostraram em um modelo econômico que produz desigualdade, informalidade, desemprego e destruição dos serviços públicos", afirmou Ciro.

Uma das propostas de Ciro é ampliar os plebiscitos e referendos. Renata Vasconcelos questionou Ciro se as medidas não colocam em xeque a relação entre a Presidência e o Legislativo.

"Eu acho o regime da Venezuela abominável. É muito clara a minha distinção com esse populismo sul-americanao que o PT, infelizmente, replica aqui. É uma tentativa de liberar o Brasil de uma crise que corrompeu a Presidência da República. Chegamos ao limite das emendas do relator. Eu vi ontem (segunda) o cidadão aqui falando que não tinha corrupção. A corrupção está se institucionalizando. O mais importante é estabelecer mediação com governadores e prefeitos que têm prevalência sobre os grupos de pressão. Vou libertar 15% das receitas de SP, RJ, MG e RS, que estão falidos. Vamos combinar um grande projeto de investimento", disse.

Ciro afirmou ainda que Bolsonaro e o PT "reduziram a política a uma coisa odienta".

"A tradição de desemprego no Brasil é de 4%, 5%. Já batemos em 12%. Estamos em 10%. Estamos mandando para a velhice daqui a 15 anos, 50 milhões de brasileiros que não terão cobertura previdenciária. A política não pode ser reduzida a essa coisa odienta, de que o Bolsonaro é um protesto contra a corrupção e a crise econômica que o PT produziu e agora vamos voltar ao passado", disse.

Bonner questionou se Ciro pretende concorrer à reeleição e como isso facilitaria a relação dele com o Congresso, caso eleito.

"O que destruiu a governança brasileira é a reeleição. O presidente se vende a grupos picaretas da política brasileira porque tem medo de CPI e querem se reeleger. Eu me garanto. Não sou corrupto. Não tenho medo de CPI. Abrindo mão da reeleição eu vou fazer as reformas que o Brasil precisa. Quem você escolher, é com esses que sou democraticamente obrigado a negociar. A minha diferença é que o Bolsonaro, por exemplo, denunciou isso e fez o oposto. O PT fez o tempo inteiro a denúncia da corrupção dos outros e depois negociou nas mesmas bases. O que eu prometo? Negociar sem toma-lá-dá-cá", disse.

Além dele, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro a ser ouvido, no programa da segunda-feira. Na quinta-feira, será a vez do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); a senadora Simone Tebet (MDB-MS) será a última a participar, na sexta-feira.

Ciro está na terceira posição na corrida presidencial. O agregador de pesquisas eleitorais do O POVO o aponta Ciro com 7% das intenções de voto.

O pedetista já citou em mais de uma entrevista que essa é a última disputa presidencial que ele pretende concorrer. No Roda Viva, da TV Cultura, no dia 15 de agosto, Ciro defendeu que uma possível eleição do ex-presidente Lula será o "maior estelionato eleitoral do planeta" e disse que o petista, seu ex-aliado, e Bolsonaro são "dois corruptores".

Com informações portal O Povo Online

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