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9 de agosto de 2022

Golpe de 1964 foi dado pelo Congresso, diz Bolsonaro

Bolsonaro participou Flow Podcast e voltou a criticar o sistema eleitoral
 e os ministros do STF (Foto: Reprodução/Facebook)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ontem (08/08) em entrevistas ao Flow Podcast a participação dos militares no golpe de 1964, que atribuiu ao Congresso Nacional, voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Petrobras e ainda negou interesse em PEC para lhe assegurar foro privilegiado após o fim de seu mandato.

"Quem cassou o João Goulart não foram os militares, foi o Congresso Nacional", disse Bolsonaro. "Não houve um pé na porta, porque os golpes se dão com pé na porta, com fuzilamento, com paredão. Foi tudo de acordo com a Constituição Federal de 1946, nada fora dessa área", continuou. O presidente também defendeu que o regime militar teve "prós e contras" e que "nenhum regime é perfeito".

Bolsonaro voltou a atacar os ministro da Corte, para ele a maioria tem "viés de esquerda"que os magistrados são "favoráveis ao desarmamento, mas não abrem mão de carro blindado".

"O STF não pode ficar legislando, praticar ativismo judicial. Ministros interferem e não podem. O ativismo judicial se faz presente no Brasil", disse o presidente. "O que foi a prisão do (deputado federal) Daniel Silveira (PTB-RJ)? Ele falou muitas coisas que eu condeno, mas não é um ministro que resolve abrir inquérito, resolve investigar e resolve punir o cara", completou.

Em relação à Petrobras, o presidente criticou o lucro da estatal e a dificuldade que tem em fazer alterações no seu comando. Bolsonaro também afirmou que o Preço de Paridade Internacional (PPI) não precisa ser revogado. "Eu mudo ministro a uma canetada aqui, 30 minutos publico um Diário Oficial extra. A Petrobras não, demora uns 45 dias em média", disse.

Bolsonaro também disse não querer uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa blindar todos os ex-presidentes para que não sejam presos quando deixarem o cargo. O projeto foi articulado recentemente por aliados do governo.

"Não estou interessado nisso. Vão falar que eu estaria pedindo arrego. 'Peidou na farofa' é o linguajar", afirmou o presidente.

Posteriormente, Bolsonaro afirmou que a votação não pode ocorrer "sob o manto da desconfiança" e que não está "com medo de perder uma eleição em uma democracia". "O medo é perder a democracia em uma eleição", comentou.

A base do presidente se demonstra preocupada com possíveis processos de investigação que possam ocorrer sobre o presidente e seus filhos, caso não vença o pleito de outubro. A ideia é conceder um foro privilegiado e imunidade parlamentar para políticos que estejam deixando o cargo.

Com informações portal Correio Braziliense

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