Ciro discursou na inauguração do comitê central da campanha do PDT em Fortaleza (Foto: Reprodução/Twitter) |
Líder do grupo que tem Roberto Cláudio (PDT) candidato a governador do Ceará, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou sentir "dor no coração" com as divergências políticas entre ele e os irmãos, o senador Cid Gomes e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT). Ele esteve na inauguração do comitê central da campanha do PDT, na noite de ontem, na avenida Sebastião de Abreu, em Fortaleza.
Ele foi indagado em coletiva sobre a participação do senador pedetista na campanha e a respeito da preferência do gestor de Sobral por Camilo para senador, em vez de Érika Amorim (PSD), anunciada candidata a senador na chapa após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impedir Amarílio Macedo (PSDB) de ser o adversário de Camilo.
"Eu peço que você compreenda, não tenho a menor vontade de comentar esse tipo de assunto. Me faz mal. Dói no meu coração", afirmou o pedetista.
Questionado por O POVO sobre como fazer críticas ao bloco Camilo e Elmano sem que sejam percebidas como consequência exclusiva do rompimento entre eles, Ciro respondeu: "Você não me viu mencionar a palavra ou nome de ninguém. A questão básica é a seguinte. Esse lugar aqui é um comitê que nós usamos em todos os momentos da campanha. Quem está aqui? Quem não está?"
E adicionou: "Esse projeto aqui é um projeto coletivo, é um projeto que gosto de lembrar, porque é uma homenagem que eu gosto de fazer, foi iniciado por Tasso Jereissati, e está aqui. Sabe quem está noutro caminho? É verdade ou não é verdade que o Camilo é produto desse grupo, desse movimento, dessa tropa, desse projeto para o Brasil? Isso é verdade."
O ex-ministro de Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ainda à história política recente do Ceará, no recorte que vai da vitória de Tasso Jereissati (então no PMDB) para governador, em 1986, até os dias atuais, de forma a enfatizar a ideia de grupo e de projeto de Estado como superiores a personalismos. Nesse contexto, o líder pedetista citou Roberto Cláudio (PDT), a quem qualificou como maior prefeito da história de Fortaleza. A fala alcançou um alguém indeterminado que o candidato a presidente deixou de citar abertamente.
"Isso não autoriza que nenhuma personalidade, por mais exuberante que se considere, faça voo solo, descomprometido com a decência e com a seriedade, manipulando empresário desonesto, subornando frações da Justiça. Não é assim que se faz democracia e não foi para isso que nós derrotamos o coronelismo no Ceará", afirmou Ciro.
Ao seu estilo dado a poesias e repentes, Domingos Filho (PSD), candidato a vice-governador na chapa de RC, novamente citou no palanque Augusto dos Anjos e versos sobre traição e ingratidão. "Mora entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro."
O POVO procurou a assessoria de comunicação de Camilo Santana após a inauguração do comitê pedetista para ouvi-lo sobre as falas de Ciro Gomes. A equipe do petista respondeu com uma publicação nas redes dele com a oração de São Francisco. O trecho em destaque diz: "Onde houver ódio que eu leve o amor, onde houver ofensa que eu leve o perdão." Camilo escreve: "Nada é mais profundo e verdadeiro que a oração de São Francisco. Desejo a cada irmão e irmã cearense uma semana iluminada."
Mais cedo durante encontro com militantes e apoiadores no Mercado São Sebastião, em Fortaleza, o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) se mostrou amargurado com algumas de suas antigas alianças no Ceará. O momento também contou com a participação do candidato ao Governo do Ceará pelo PDT, ex-prefeito Roberto Cláudio.
"Eu sou uma pessoa com sentimentos. E hoje meus sentimentos pessoais aqui no Ceará são muito sofridos. O que eu fiz por determinadas pessoas, dei tudo e criei condições para essas pessoas brilharem. E hoje sinto o espinho da traição", relatou o presidenciável.
O pedetista também comentou a recente declaração dada ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Na ocasião, ele afirmou que às vezes achava melhor entregar o Governo a Capitão Wagner (UB).
"Aquilo é uma condicionante de uma expressão da minha alma", ponderou. Em seguida, quando indagado pela reportagem acerca do não apoio do seu irmão e senador Cid Gomes (PDT) à candidatura de RC, Ciro falou que não queria comentar o assunto.
Com
informações portal O Povo Online
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