Agosto é conhecido no Ceará por ventos fortes, mas não pela presença de chuvas. Em 2022, áreas de instabilidade e maiores temperaturas no mar trouxeram outro cenário. Até esta ontem (17/08) as precipitações chegaram a 162 dos 184 municípios do Estado, o que abrange 88% do território cearense.
Dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), disponibilizados no Calendário de Chuvas, indicam que este é o maior total de cidades com chuvas no mês desde que a fundação foi criada, em 1974. A última vez em que mais de 100 municípios tiveram precipitações em agosto foi em 2011, quando 111 registraram chuvas. No ano passado, choveu em apenas 36 cidades durante agosto.
Agustinho Brito, meteorologista da Funceme, explica que os meses de junho a agosto são conhecidos como pós-estação chuvosa. "Nesse período, as precipitações são influenciadas por áreas de instabilidade vindas do leste do Nordeste. Neste ano, tivemos um período de bastante chuva nos estados vizinhos e houve sim influência de nuvens vindas de lá", aponta.
A atuação desses sistemas atmosféricos pode ser percebido na localização das maiores chuvas registradas neste mês. O município de Iracema, na região Jaguaribana, teve a precipitação mais expressiva até o momento: 101,8 milímetros (mm). O restante do ranking de dez maiores chuvas de agosto é preenchido por cidades jaguaribanas, sendo elas Jaguaribe, Pereiro, Icó, São João do Jaguaribe. Quixeramobim, no Sertão Central, também entra na lista.
Outro fator que colabora para mais chuvas é a temperatura nos oceanos. A La Niña, fenômeno que atua no Pacífico, segue sobre o Brasil e trazendo precipitações para o Norte, Nordeste e parte do Sudeste. Ao mesmo tempo, Brito expõe que "pequenas áreas do Atlântico, próximas da costa, estão mais quentes, e isso causa maior umidade atmosférica e formação das nuvens de chuva".
Com essas características climáticas, o Estado registra até o momento uma média de 16,85 mm de chuva acumulados durante agosto. O total é significativamente maior que o registrado em em 2021, quando foram apenas 0,94 mm, e também sobre o esperado, que são 4,9 mm.
A média é ainda a maior para agosto desde 2020, que acumulou 30,8 mm. "O acumulado deste mês é parcial e ainda pode variar, para mais ou para menos, a depender da ocorrência de chuvas nos próximos dias", ressalva Brito.
Para
o restante de agosto e do ano, o meteorologista indica tendência de diminuição
das chuvas e da umidade do ar, aumento dos ventos e predominância de dias
ensolarados e com poucas chuvas.
Com informações portal O Povo Online
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