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21 de julho de 2022

Qual será a nova hegemonia no Ceará?

Cid Gomes, Izolda Cela e Camilo Santana (Foto: Thais Mesquita)

O ciclo político que governa o Ceará chegou ao fim? Se for considerado o bloco formado por Ferreira Gomes e PT, é quase certo que sim. Porém, no caso de Roberto Cláudio (PDT) ser eleito, iremos dizer que o ciclo iniciado em 2007 se encerrou? Do ponto de vista da narrativa histórica, trataremos como continuidade da era Ferreira Gomes? Faremos um intervalo durante este semestre final, de provável rompimento? Por outro lado, se uma candidatura petista — ela nem existe ainda, é bom lembrar — for vitoriosa, será a continuidade do ciclo iniciado em 2014? Provavelmente, fim, mesmo, do ciclo haverá se o eleito for Capitão Wagner (União Brasil). Aí sim, será uma ruptura e alternância de poder de modo como o Ceará não conhece desde 1958, quando Parsifal Barroso (PTB) foi eleito para suceder Paulo Sarasate (UDN).

A história do Ceará é marcada por grandes ciclos hegemônicos: Os Acióli, a Liga Eleitoral Católica, os coronéis, o Cambeba. A mais recente é a do grupo Ferreira Gomes-PT. O bloco se dividiu. Está em disputa agora qual será a nova hegemonia do Ceará: se os Ferreira Gomes irão se manter, o PT — em particular o camilismo — irá se sustentar, ou ainda se Capitão Wagner irá ocupar esse espaço.

Outra questão é se aquele que vencer construirá um ciclo que durará ainda algum tempo ou será apenas um mandato.

O pré-candidato do União Brasil a governador, Capitão Wagner, foi entrevistado ontem na rádio O POVO CBN. Questionado pelo colega Jocélio Leal sobre a perspectiva de atender às reivindicações do funcionalismo por melhores salários, em particular diante da queda de arrecadação como ocorreu com o ICMS, o deputado explicou sua visão para as finanças estaduais e defendeu a redução de imposto.

“Acho que está na hora de o governo se sacrificar um pouco”, defendeu. Wagner destacou o dinheiro que o Estado tem em caixa. “A arrecadação está além da capacidade do governo de gastar”. Wagner considera que, com a redução de imposto, há aumento da base que tende a fazer a arrecadação crescer.

A respeito dos salários do funcionalismo, ele não disse se dará reajustes diferenciados a categorias como professores e policiais, como ocorria no governo Cid Gomes. Ele afirmou que precisa tratar do assunto com responsabilidade. E defendeu que a boa remuneração é importante, mas apontou também necessidade de um ambiente de trabalho que favoreça o exercício das atividades.

Wagner disse que tem apoio de cinco partidos até agora — já se manifestaram favoravelmente a ele Podemos, Avante, PTB e Pros. O capitão afirmou que um sexto deve aderir nos próximos dias. E espera por possíveis dissidentes da base governista.

Para compor a chapa nas posições de vice e para o Senado, ele trabalha com perspectiva de ter nome do Interior e disse que pode ser mulher e também alguém do setor produtivo.

Com informações portal O Povo Online

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