Os líderes buscam um arranjo para resolver uma crise imprevista (Foto: Rogério Lima) |
Era fácil ter escolhido Roberto Cláudio. Não teria sido difícil fazer de Roberto Cláudio o candidato sem maiores traumas. Ele era tratado assim há longa data. Até o início do ano, era franco favorito para concorrer. Talvez ainda seja favorito, mas era muito favorito. Ciro Gomes já se referia a ele como “primeiro da fila” em 2017, em entrevista às Páginas Azuis, do O POVO. Cid Gomes, em agosto do ano passado, falou à FM Assembleia: “O melhor nome do PDT neste momento, o mais popular, o que aparece com mais chances nas pesquisas eleitorais, é o do ex-prefeito de Fortaleza.” Roberto Cláudio tinha relação muito boa com Camilo Santana, não me parece haver motivo para ter tido resistência.
Era fácil ter escolhido Izolda. Apontar a governadora Izolda Cela como candidata também não teria sido difícil. Não é um nome pouco palatável aos Ferreira Gomes. Ao contrário, foram eles que a lançaram na política, a convite de Ivo Gomes, quando secretário da Educação de Sobral, na época em que Cid Gomes era prefeito. Foi por sete anos e três meses secretária de Cid. Na chapa do petista Camilo para disputar o governo, ela era a representante do partidos dos Ferreira Gomes. É uma pessoa de Sobral e da cozinha do clã.
Como foi que uma disputa em que as opções são essas se transforma em crise?
Se a ideia era escolher Roberto Cláudio — ou qualquer nome que não Izolda Cela — teria sido bem mais simples fazer isso até o fim de março, antes de ela virar governadora. No momento em que se cria a situação de Izolda ser governadora e pré-candidata em busca de uma indicação interna, abriu-se espaço para o conflito que tem ocorrido. De um lado, uma candidatura tida como favorita e muito forte. Surge outra que passa a ser da governadora de plantão e se reivindica como de direito natural. A briga que podia ser evitada se tornou incontornável.
Cid
Gomes não é inocente, sabe da força de um pré-candidato sentado na cadeira de
governador. Em 2014, ele cogitou sair para disputar o Senado. Mas, queria que o
vice, Domingos Filho, saísse junto com ele e não ficasse no governo. Domingos
era um dos pré-candidatos. Cid sabia a força que ele teria se virasse
governador de olho na reeleição. Preferiu ficar para não perder o controle da
sucessão. Da mesma forma como Camilo perdeu sem estar no cargo.
Publicado originalmente no portal O Povo Online
Leia também:
Camilo
conversa com Eunício pró-reeleição de Izolda
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