12 de julho de 2022

Impasse continua. Reunião de bancadas não definiu nome governista

O ex-governador Ciro Gomes coordenou a reunião das bancadas (Foto: Luana Barros)

PDT Ceará reuniu ontem (11/07) as bancadas estaduais e federais, na tentativa de contornar os conflitos quanto à candidatura do partido ao Governo do Estado. Os últimos dias têm sido marcados por confrontos entre defensores da reeleição da governadora Izolda Cela e os favoráveis à candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio.

Camilo Santana tem sido um grande entusiasta da candidatura Izolda. O ex-governador defende que a candidatura de reeleição da pedetista é "uma questão de justiça".

Por outro lado, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) afirmou na última semana não saber se Camilo Santana (PT) ainda é aliado, o ex-governador explicitou apoio à reeleição de Izolda. Depois disso, uma "onda" de prefeitos manifestou apoio à governadora.

A reclamação sobre uma possível interferência da máquina foi levantada logo depois por lideranças pedetistas que defendem a indicação do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) para a vaga do partido na disputa estadual.

Figueiredo afirmou que o contato com Camilo Santana não parou mesmo após o desconforto exposto por Ciro Gomes e aliados em relação a ele.

"O diálogo com o ex-governador Camilo ele é permanente. O nosso companheiro Ciro Gomes tem conversado, todos têm permanentemente conversado com o Camilo, mas sempre na perspectiva de que o diálogo não pode ser uma posição unilateral. O diálogo tem que ter a compreensão de ouvir as partes e realmente compreender qual é o melhor caminho para o Ceará", afirmou Figueiredo em coletiva.

André Figueiredo ainda deu uma explicação para o "sumiço" do senador Cid Gomes das articulações para a escolha do candidato ao Palácio da Abolição. Segundo André, Cid terceirizou para o irmão Ciro Gomes a missão de coordenar a sucessão estadual.

"O Cid pediu, nesses momentos finais, para que o Ciro o representasse", revelou. Ao longo dos últimos anos, coube a Cid fazer as principais costuras políticas que garantiram ao grupo uma sequência de vitórias eleitorais no estado.

Desde maio, entretanto, que o ex-governador cearense não participa de momentos-chaves da definição da candidatura pedetista. Não esteve presente, por exemplo, ao encontro do PDT em Fortaleza realizada em 15 de junho.

Na ocasião, o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, fez efusiva defesa do nome do ex-prefeito Roberto Cláudio como candidato ao Governo do Estado. "O melhor prefeito do Brasil vai virar governador", cantarolou. Postura que aumentou a tensão dentro da base aliada, com direito a reclamação do presidente da Assembleia, deputado Evandro Leitão.

No último dia 28, nova ausência de Cid. Ciro comandou a reunião com os quatro pré-candidatos do PDT e anunciou a realização de uma pesquisa cujo resultado seria um dos critérios para a definição do nome. Dois dias depois, a governadora Izolda Cela minimizou a ferramenta, alegando que pesquisas retratam apenas o retrato do momento a três meses da eleição.

Nesta segunda, nada de Cid outra vez. Ou seja, tudo está mesmo sob o comando de Ciro Gomes, a quem André Figueiredo rende elogios. "O Ciro tem trazido para si mesmo a campanha federal, que ele é o nosso pré-candidato à Presidência. Ele tem visto que o Ceará merece toda a atenção, e ele, como mais experiente desse grupo que há algum tempo faz o Ceará um exemplo do Brasil, trouxe para si a responsabilidade de me ajudar nessa coordenação. Eu, como presidente estadual, ele como um dos vice-presidentes nacionais e, claro, nosso pré-candidato à Presidência e, claro, ex-governador do Ceará", explicou.

Em breve entrevista após a reunião das bancadas, o ex-ministro Ciro Gomes admitiu que aliança passa por momento delicado. A missão que se impõe, segundo ele, é de restaurar a aliança política que tem sido agredida.

"Eu fiquei feliz, foi uma reunião muito franca, uma reunião de companheiros, me pareceu consenso que o que está em jogo é o destino do Ceará, não só o destino do PDT, nem só o destino dos pré-candidatos, todos eles muito qualificados, e que nós precisamos achar um caminho para restaurar a unidade que, infelizmente, tem sido muito insultada e muito agredida por erros de parte a parte", afirmou o pré-candidato a presidente pelo PDT.

Ele também disse que lhe toca a missão de fazer tudo o que estiver a seu alcance para que se atinja uma situação de unidade, de modo a substituir o irmão Cid Gomes enquanto articulador político estadual. Sem detalhar os motivos, André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará, disse que Cid pediu para que o irmão o representasse na condução do processo.

É da tradição do modo como Ciro e Cid operam na política que o primeiro esteja debruçado sobre as questões nacionais e o segundo, sobre as locais.

Com informações portal O Povo Online

Leia também:

PDT pode antecipar convenção sobre candidatura


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.