Os dados constam em balanço divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, em vídeo (Foto: Divulgação/Funceme) |
A quadra chuvosa, fevereiro a maio, deste ano no Ceará registrou acumulado médio de 620 milímetros (mm), o terceiro maior dos últimos dez anos. O índice representa o volume médio de precipitações nos 184 municípios do Estado entre 1º de fevereiro e 31 de maio. No decênio analisado, o desempenho do quadrimestre de 2022 fica atrás apenas de 2019 (670 mm) e 2020 (736 mm). Os dados constam em balanço divulgado ontem (01/06) pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em vídeo.
O documento ainda mostra que o índice médio de precipitações da estação chuvosa deste ano superou em cerca de 16% os números do mesmo período de 2021, quando o acumulado fechou em 533 mm. Além disso, o volume registrado em 2022 também foi maior do que a normal climatológica para o período, que é de 600 mm.
No geral, o acumulado deste ano ficou “em torno da média”, patamar alcançado quando o índice varia de 514 mm a 707 mm. A partir de 708 mm, a Funceme considera as chuvas “acima da média”. Já se o índice for inferior a 514 mm, o enquadramento é “abaixo da média”.
Das últimas dez estações chuvosas, incluindo a deste ano, quatro registraram chuvas abaixo da média, cinco em torno da média e apenas uma teve precipitações acima da média (2020). No período, o ano mais seco foi 2013, quando foram observados cerca de 363 mm.
Segundo os dados da Funceme, março foi o mês mais chuvoso do quadrimestre, com 265 mm, cerca de 30% a mais do que era esperado para o período. Em situação oposta, fevereiro teve o menor volume pluviométrico (64 mm), perfazendo acumulado 45% abaixo da normal climatológica. Abril, que registrou 188 mm, também registrou índice negativo de 3%. Já em maio, último mês do ciclo chuvoso, o volume ficou 20% acima do normal, com 108 mm.
De acordo com a gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, o comportamento das chuvas neste ano não foge aos padrões das características climáticas do Ceará. “A estação chuvosa de 2022 mostrou bem a característica principal do semiárido, que é a distribuição irregular das chuvas”, ressaltou, citando como exemplo a diferença dos cenários meteorológicos de fevereiro e março.
A escassez de chuvas logo no primeiro mês da estação frustrou as expectativas de quem ficou otimista com o bom volume de precipitações que havia sido registrado em janeiro (163 mm), o último mês da pré-estação. Com o baixo acumulado de fevereiro, parecia que o Estado iria atravessar mais um ano com chuvas abaixo da média. Mas a partir de março, com a influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), o cenário voltou a ficar favorável.
Embora o fenômeno tenha provocado chuvas em todas as regiões cearenses, houve distribuição irregular, segundo pontuou Sakamoto. "Choveu mais em algumas regiões, como no Litoral de Fortaleza e no Maciço de Baturité”. Nas duas divisões territoriais mencionadas pela meteorologista, os volumes médios de precipitações no quadrimestre foram, respectivamente, de 1.109 mm e 924 mm. A região do Sertão Central e Inhamuns foi a que teve o menor acumulado durante o período, com 446 mm.
De acordo com o balanço da Funceme, a maior precipitação registrada na estação chuvosa deste ano ocorreu no dia 17 de abril, em Várzea Alegre, quando o volume observado chegou a 200 mm. Na sequência aparecem São Gonçalo do Amarante (179 mm em 10 de abril), Jaguaruana (170 mm em 25 de abril), Maranguape (140 mm em 7 de março) e Fortaleza (136 mm em 30 de abril).
Com
informações portal O Povo Online
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