O PT do ex-governador Camilo Santana prefere Izolda (Foto: Marcia Travessoni)
O próprio Eunício já declarou ao O POVO que não existe possibilidade de entendimento caso o candidato escolhido seja Roberto Cláudio, desafeto político desde a eleição de 2018 e a quem o emedebista atribui uma parcela da responsabilidade por derrota na corrida ao Senado.
O ex-prefeito de Fortaleza, contudo, tem base de aliados sólida na disputa interna. Dentro do PDT e entre legendas do arco governista, RC vem mobilizando lideranças, como o atual ocupante da cadeira principal no Paço, José Sarto, e o vice-presidente da Câmara de Vereadores de Fortaleza, Adail Jr., ambos trabalhistas.
Presidente do Cidadania, uma agremiação aliada, Alexandre Pereira é um desses interlocutores para quem Roberto Cláudio reuniria mais condições de concorrer ao Governo neste ano e enfrentar como adversário o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil).
“Nós entendemos que a candidatura do Roberto Cláudio é o nome mais forte por questões óbvias. É o melhor prefeito de Fortaleza, o mais preparado”, elogia.
Pereira considera que a disputa que se aproxima “é muito difícil” e que o ex-prefeito “é o nome mais forte”, mas avalia que se trata de “uma decisão do PDT e não podemos nos meter”.
“O que decidirem, vamos apoiar. Se for Izolda, andaremos juntos. Se for Evandro, andaremos juntos. A gente tem conversado bastante com Camilo e Cid Gomes. Acho que decidem até junho, antes das convenções”, projeta.
Já o dirigente estadual do PSD, ex-vice-governador Domingos Filho, procura se manter equidistante. Segundo ele, “o PSD tem como postura respeitar as escolhas internas dos partidos que compõem a aliança da base do Governo”.
Liderança que vem se cacifando para ocupar a vice na chapa majoritária, Domingos entende que, “se cabe ao PDT a escolha da candidata ou candidato a governador, não entendemos razoável pretender influir nesse processo interno, até por que todos os pré-candidatos são qualificados para a disputa”.
No PSB, o deputado federal e presidente do partido no Ceará, Dênis Bezerra, havia se posicionado a favor de Roberto Cláudio. “Pela experiência, o capital, por tudo que representa, Roberto Cláudio seria a melhor opção, o melhor caminho”, disse o parlamentar à época. Procurado nas últimas semanas para tratar do assunto, o deputado respondeu que não comentaria o tema.
À frente do PP no Ceará, um dos partidos da aliança governista, o deputado federal AJ Albuquerque declarou apoio ao nome da governadora Izolda Cela (PDT) na corrida eleitoral de 2022.
"Acho natural a reeleição da governadora Izolda. Vamos fazer história elegendo a primeira mulher governadora do Ceará", disse o parlamentar.
Filho do ex-secretário estadual Zezinho Albuquerque, que reassumiu mandato na Assembleia Legislativa (AL-CE) depois de deixar o Governo em março, o deputado é mais uma liderança política cearense a manifestar posição em meio ao processo de escolha do potencial candidato do bloco à sucessão no Abolição.
Além de Izolda, estão postos os nomes do ex-prefeito Roberto Cláudio, do deputado estadual Evandro Leitão e do ex-secretário e deputado federal Mauro Filho.
Dos quatro pré-candidatos do PDT, a atual governadora, alçada à titularidade com a saída de Camilo Santana (PT), é considerada como preferida dentro da legenda do agora ex-governador.
No último dia 25 de abril, deputados do PT publicaram foto ao lado da chefe do Executivo, que fez rodada de conversas com bancadas para alinhar posicionamentos políticos.
O gesto, porém, foi interpretado como mais um de uma série de movimentos do PT tendo Izolda como personagem principal. Trata-se, ainda, de resposta da sigla a declarações de nomes mais alinhados a RC, como o vereador Adail Júnior (PDT).
Para o presidente do PT no Ceará, Antônio Filho, o Conin, o nome indicado pelo PDT para encabeçar a chapa governista em 2022 deve ser "agregador".
"No caso do PT, nossa condição é que seja um nome agregador, que não interdite o palanque de um nem de outro", afirma. Ele concedeu entrevista à reportagem antes da recente crise entre o partido e Ciro Gomes.
O duplo palanque citado por Conin é uma referência aos pré-candidatos Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), que concorrem ao Planalto neste ano.
As críticas de Ciro causam estremecimento à aliança local. Além disso, já vinha ocorrendo troca de críticas de parte a parte, como as protagonizadas pelo vereador Adail Júnior (PDT) contra o deputado federal José Guimarães (PT).
Dos quatro nomes colocados para escolha pelo PDT para composição da cabeça da chapa, há os que são mais próximos de Ciro, como o deputado federal Mauro Filho e o ex-prefeito Roberto Cláudio.
Para petistas ouvidos reservadamente, ambos teriam mais dificuldades para agrupar apoios dentro do partido com vistas à briga pela sucessão. Outros potenciais candidatos, a exemplo da governadora Izolda Cela e do deputado estadual e presidente da AL-CE, Evandro Leitão, teriam simpatia da legenda.
De acordo com Conin, "ultimamente têm saído essas declarações de preferência de um lado ou de outro e é natural", mas "no momento certo vamos escolher o melhor nome".
"O que digo é que não tem veto nem terá imposições", acrescenta o dirigente, que aguarda definição dentro do PDT para que as agremiações aliadas passem então a discutir a formação da chapa que irá entrar na disputa.
Como a base aliada vê a candidatura no Ceará:
Cidadania: Roberto Cláudio
MDB: Izolda
PCdoB: Roberto Cláudio
PP: Izolda
PSB: Roberto Cláudio
PSD: Não se posiciona
PSDB: Izolda
PT: Izolda
Com informações portal O Povo Online
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