O ex-governador João Doria, durante pronunciamento de desistência em São Paulo (Foto: Werther Santana)
O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou ontem (23/05) que desistiu da pré-candidatura à Presidência da República. O anúncio foi feito em pronunciamento na Zona Sul de São Paulo. Doria enfrentava grande resistência do partido para que ele concorresse ao Planalto. "Me retiro da disputa com a alma leve", afirmou.
Ao lado do presidente do partido, Bruno Araújo, e muito emocionado, Doria não disse qual será o seu destino na política e nem no PSDB. Mas afirmou que acredita nas decisões do partido. "O PSDB saberá tomar a melhor decisão", disse.
A legenda deverá se reunir nesta terça-feira (24) para definir como se posicionará nas eleições presidenciais. Doria ganhou as eleições internas do partido para ser o candidato no fim do ano passado em disputa com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
Porém, a Comissão Executiva da legenda já tinha decidido apoiar, ao lado do Cidadania, a candidata do MDB, senadora Simone Tebet (MS), em uma chapa única.
A senadora e pré-candidata ao Planalto Simone Tebet (MDB) se pronunciou nesta segunda-feira (23/5) sobre a desistência de João Doria (PSDB) da corrida presidencial. A parlamentar afirmou que o ex-governador de São Paulo "nunca foi adversário" e que receberá sugestões do tucano para o programa de governo do MDB.
"Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado. Sua contribuição com a luta pela vacina jamais será esquecida. Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo. O Brasil é maior do que qualquer projeto individual", disse a senadora em nota enviada à imprensa.
"Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco. Vamos aguardar a decisão das direções partidárias. Vamos continuar nossa Caminhada da Esperança. Vamos unir o país e tratar de sua reconstrução moral, institucional e política. O povo tem pressa e precisamos semear esperança", disse Tebet.
Após João Doria desistir da candidatura ao Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (23/5), o presidente do PSDB, Bruno Araújo, enviou um recado às candidaturas que estão pulverizadas e tumultuando a terceira via. Segundo ele, a renúncia do ex-governador de São Paulo demonstra o compromisso com o projeto para o Brasil.
“Claro que como presidente do PSDB eu gostaria muito que tivéssemos uma candidatura própria, mas há algo maior do que tudo isso, há algo maior que a vontade de João Doria, algo maior que minha vontade. O Brasil não precisa de mais divisão interna. O gesto de João Doria hoje nos obriga moralmente. Nos mostra que o projeto está acima de tudo, e quem fizer um movimento diferente desse está demonstrando que tem mais compromisso com si mesmo do que com um projeto de Brasil”, afirmou.
Atualmente, há duas candidaturas tumultuando o autointitulado centro democrático: a de Ciro Gomes (PDT) e a do presidente do União Brasil, Luciano Bivar. A este último, aliás, Araújo mandou um recado especial pedindo que “refletisse” e voltasse a compor o projeto da terceira via.
“O União Brasil é um parceiro fundamental nosso. Fica aqui um apelo de reflexão para o UB se incorporar nesse projeto, que agora dá demonstrações claras, com o gesto de João Doria, que é possível aglutinar, não por unanimidade, mas em consenso. O UB seria muito bem-vindo de volta a essa construção para fortalecer algo que é maior que o interesse do PSDB, do MDB, é o interesse do Brasil. É convidado para retornar a esse projeto”, afirmou.
Bruno Araújo também não descartou a possibilidade de se aliar a Ciro Gomes. “Da mesma forma que fazemos um convite de reflexão para o UB retornar a esse projeto, quanto mais aglutinarmos, melhor. As pesquisas deixam claras que parte substancial da população brasileira tem desconforto pelas candidaturas apresentadas (Lula e Bolsonaro)”, disse.
O deputado Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o partido deve insistir em outro nome para lançar candidatura própria à Presidência da República, após a desistência do ex-governador de São Paulo João Doria. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (23/5), o tucano ressaltou que a Executiva da sigla deve se reunir amanhã para discutir o nome de um novo candidato.
“Eu tenho conversado com algumas lideranças do partido ao longo do dia e, à noite, tenho vários eventos, mas é uma decisão que deve levar o partido a uma decisão. Eu sempre defendi e defendo que o PSDB tenha candidatura própria”, afirmou. “Defendi outra candidatura nas prévias e, agora, com a desistência do ex-governador de São Paulo, abre-se espaço, ao meu ver, para que o PSDB defina outro nome”, destacou Neves.
O parlamentar não revelou os nomes que estão em jogo, mas afirmou que o partido aposta em candidatos com índices maiores de popularidade. “São nomes conhecidos. Essa vai ser a grande discussão daqui por diante”, disse. “Eduardo [Leite], Tasso [Jereissati] e outro nome que surja”, disse o tucano.
Em novembro do ano passado, João Doria venceu em primeiro turno as prévias do PSDB para escolher quem disputaria à Presidência pela sigla. Ele superou o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.
Perguntado sobre uma possível aliança com a pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS), Aécio Neves reiterou que defende uma candidatura própria do PSDB e que uma possível união com a senadora ainda não é prioridade na pauta dos tucanos.
“Essa foi uma decisão tomada por poucas pessoas. Eu sempre defendi que, na eventualidade da saída do governador Doria, o PSDB discutisse um outro nome. Nós temos outros nomes. Não acho que uma aliança com outro partido neste momento seja o melhor caminho para o PSDB. Mas essa discussão vai haver. Existe quem realmente apoia essa candidatura. Mas temos, hoje, dúvidas da força que essa candidatura possa haver dentro do MDB”, afirmou o deputado.
Com
informações portal Correio Braziliense
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