Ciro quer avançar em uma negociação, sem abrir mão da cabeça de chapa (Foto: Reprodução/Facebook) |
O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, classificou a terceira via como "as viúvas do Bolsonaro". "Não tenho nada a ver com isso", afirmou. Ciro e PDT não participaram de conversas com siglas do centro sobre uma possível definição de um candidato único contra a polarização Lula-Bolsonaro na corrida ao Palácio do Planalto. PSDB, União, MDB e Cidadania já iniciaram os debates sobre o tema.
"A terceira via é uma expressão preguiçosa criada por uma certa imprensa. O que se chamou de terceira via no Brasil são as viúvas do Bolsonaro e eu não tenho nada a ver com isso", disse o pré-candidato.
A declaração foi dada à imprensa após almoço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Cid Gomes (PDT-CE). Segundo Ciro, não houve discussão sobre alianças durante o almoço.
Pacheco
desistiu de se lançar como candidato à Presidência da República pelo PSD em
março. O partido do Gilberto Kassab havia convidado o parlamentar, no ano
passado, a disputar o cargo.
Líder do PDT no Senado, Cid Gomes afirmou que o irmão e pré-candidato do partido à Presidência, Ciro Gomes, aceita conversar com os partidos da chamada terceira via para uma composição em outubro. Por outro lado, o senador aponta Ciro como o único presidenciável que tem um projeto para o País além da negação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Hoje, o maior ponto de convergência é exatamente aquilo que eu condeno, é a negação ao Lula e ao Bolsonaro", afirmou o senador. "Com todo respeito, qual é o projeto da Simone do MDB? Onde conflita com o do Ciro e por que não conversamos? Qual é o projeto do União Brasil, que não nem tem candidato? Tem alguma afinidade com o que Ciro defende ou é só uma negação ao Lula e ao Bolsonaro?"
O grupo formado por MDB, União Brasil e PSDB deve anunciar a decisão de lançar um candidato único à Presidência. Por enquanto, caciques desses partidos veem Ciro fora da composição, mas o presidenciável do PDT quer avançar em uma negociação, sem abrir mão da cabeça de chapa.
"O que nós temos defendido é que para além da negação ao Lula e ao Bolsonaro cada um apresente o seu projeto para o Brasil e a gente veja onde é possível negociar para não ser só o projeto da negação nem só o projeto pessoal", complementa.
O líder do PDT afirmou que o maior desafio de Ciro será se consolidar como "campeão da segunda divisão" e atrair uma parcela de até 12% do eleitorado de Lula que quer votar no petista apenas por rejeição ao Bolsonaro. "É mais fácil para o Ciro tirar o lugar do Bolsonaro e enfrentar o Lula. O Bolsonaro é o candidato marcado para morrer."
Alguns dos maiores partidos do País, União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania anunciaram que terão candidato único a presidente da República. O nome do escolhido ou escolhida será anunciado em 18 de maio, conforme decidiram em reunião nesta quarta-feira, 6, os presidentes dos partidos.
A reunião dos presidentes Luciano Bivar (União Brasil), Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Roberto Freire (Cidadania) é uma tentativa de criar uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Esse campo político vem fragmentado em várias possíveis candidaturas, sem que nenhuma consiga ameaçar os líderes. A situação piorou na semana passada, quando João Doria (PSDB) quase desistiu de concorrer e sinalizou que poderia ficar à frente do governo de São Paulo, mas acabou confirmando a renúncia. No mesmo dia, o ex-juiz Sergio Moro trocou o Podemos pelo União Brasil, sinalizou abrir mão de ser candidato a presidente, mas depois disse que "não desistiu de nada". Porém, o novo partido não pretende que ele concorra.
No Ceará, essa possível candidatura unificada de terceira via colocaria no mesmo palanque várias forças diversas no Ceará. O União Brasil está sob controle do deputado federal Capitão Wagner, que será candidato a governador e apoia o presidente Jair Bolsonaro.
O
MDB, do ex-senador Eunício Oliveira, apoiava o ex-governador Camilo Santana
(PT), mas resiste ao PDT e aos Ferreira Gomes e indica que pode se aliar a
Wagner. Já o PSDB do senador Tasso
Jereissati se aproximou do PDT desde a eleição de 2020 em Fortaleza e deve
seguir com o governismo no Ceará. Assim como o Cidadania, que recebeu na semana
passada a filiação do ex-deputado federal Moroni Torgan.
Com
informações portal O Povo Online
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