A perspectiva de uma candidatura Izolda por Érico Firmo

 A governadora Izolda Cela em reunião com o secretariado (Foto: Thais Mesquita)

Processos eleitorais têm ondas e Izolda Cela (PDT), empossada no último sábado, está no topo de uma delas. Nos últimos dias, têm tido natural visibilidade. Seria com qualquer um que assume o governo e isso se multiplica sendo ela a primeira mulher na história a assumir a posição. Ao sentar na cadeira, ela ganha instrumentos para articulação e atrai simpatias de imediato. Se Izolda se manterá no alto ou não vai depender do desempenho no governo.

No último sábado, ela recebeu uma importante manifestação na disputa eleitoral. Questionado pelo colega Carlos Holanda, o deputado federal José Guimarães (PT) declarou que ela se torna, sim, a favorita para ser candidata da situação ao governo em outubro.

Muita gente no PT tem ido nessa direção. São várias as vozes. Mas, Guimarães é a mais forte delas. É, inclusive, de se indagar se não estaria em sintonia com o ex-governador Camilo Santana, aliado que já deu todas as demonstrações que poderia de simpatia por Izolda. Inclusive, de que ela teoricamente tem a prerrogativa de ser candidata, uma vez no cargo. Camilo tenta não ser explícito na demonstração de preferência sobre as candidaturas do PDT. Não estou certo de que consegue.

Por outro lado, os irmãos Ferreira Gomes também foram questionados a esse respeito. A resposta deles não é menos sintomática. Ciro Gomes (PDT) disse que o fortalecimento ou não do nome dela como governadora dependerá o desempenho que tiver. Não deixa de ser verdade.

Já Cid Gomes (PDT), de forma um pouco seca, afirmou que não há relação entre ela assumir o governo e uma possível candidatura. Como se fato dessa envergadura, o fato de assumir o comando do Estado, pudesse ser ignorado. Inclusive quanto à perspectiva de não poder tentar uma reeleição em 2026 — pois, sendo o caso, 2022 já seria a reeleição. O próprio Cid, em 2014, não quis sair deixando seu então vice, Domingos Filho, no cargo. Pois sabia que teria peso para o processo eleitoral e a definição de candidatura. E ele não queria isso.

A fala de Guimarães é explícita e representa o apoio da maior força do PT cearense a Izolda. Já a forma como os irmãos Ciro e Cid se colocam não é tão clara. Porém, no último fim de semana como em outras ocasiões, indicam que Izolda não seria a preferida deles.

A governadora e a política

Em entrevista às Páginas Azuis do O POVO, em 2013, Izolda Cela (PDT) explicou a entrada na política. Foi a convite de Ivo Gomes, no segundo mandato de Cid como prefeito. Ivo saiu da chefia de gabinete para ser secretário da Educação e a chamou para ser secretária adjunta. "Na verdade, eu resisti muito. Estranhei o convite. (...) Tentei me livrar de todo jeito", ela contou, na época em que era secretária e antes de virar vice-governadora.

Ao tomar posse, um dos aspectos mais relevantes do discurso de Izolda foi sobre política. "Desqualificar a política é uma armadilha usada pelos que têm desapreço ao Estado democrático de direito". E foi mais específica sobre a política real. “A boa política exige aliança. alianças políticas sólidas, duradouras, realistas, mas também generosas”. É uma Izolda diferente.

Naquela entrevista há quase nove anos, Izolda também falou sobre ser cogitada, já então, como candidata a governadora. “Zero de possibilidades. Não há nada de concreto que justifique a especulação.” No ano seguinte, ela entrou na lista de alternativas. Foi escolhida vice. Hoje ela é governadora e a chance de postular novo mandato definitivamente não é zero.

Discurso

Além da política, dois destaques do discurso de Izolda: como primeira mulher no cargo, a defesa de ações afirmativas para superar preconceitos desigualdades. Citou especificamente o racismo estrutural. Simbólico. Ver como se transformará em ação.

Ela também falou bastante sobre equilíbrio fiscal como premissa, numa sinalização para manter a confiança dos meios econômicos.

Com informações portal O Povo Online

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