Foram 141 votos a favor da Resolução, cinco contra e 35 abstenções na Assembleia Geral da ONU (Foto: Michael M. Santiago) |
Com 141 votos a favor, cinco contra (Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Eritreia e Síria) e 35 abstenções (China, Bolívia, Cuba, El Salvador, Índia, Irã, Iraque, Cazaquistão, Nicarágua e Paquistão, entre outros), a resolução não vinculativa foi aprovada.
Apesar
de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter dito no domingo que se manterá "na
neutralidade" em relação à invasão russa da Ucrânia, o Brasil votou a
favor da resolução, assim como o México e os demais países latino-americanos
que não se abstiveram.
A Venezuela, aliada de Moscou, não pôde votar, por ter perdido esse direito devido ao não pagamento de sua contribuição à ONU. A dívida do país se aproxima de 40 milhões de dólares.
O Brasil foi o único país dos Brics a votar pela resolução — Índia, China e África do Sul se abstiveram, enquanto a Rússia votou, naturalmente, contra.
O texto "deplora veementemente a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia" em violação do artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que proíbe seus membros de recorrer à ameaça ou uso da força e insta todos os membros a respeitarem soberania, integridade territorial e independência política de qualquer Estado.
"A mensagem da Assembleia Geral é alta e clara", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, à imprensa. "Acabem com as hostilidades na Ucrânia agora. Abram a porta para o diálogo e a diplomacia agora", acrescentou.
Segundo o representante da União Europeia, Olof Skoog, "a Rússia optou pela agressão. O mundo pela paz". A votação histórica de uma resolução da Assembleia Geral da ONU foi convocada após o fracasso do Conselho de Segurança do órgão, na última sexta-feira, em aprovar uma resolução semelhante devido ao veto da Rússia.
Este resultado mostra o "isolamento" da Rússia e que o "mundo está com a Ucrânia", concluiu Skoog.
Na Assembleia, o embaixador ucraniano Sergiy Kyslytsya, um dos últimos a falar de uma lista de quase 120 oradores, acusou o "regime criminoso" do presidente russo Vladimir Putin de querer perpetrar genocídio em seu país.
"Já está claro que o objetivo da Rússia não é apenas a ocupação. É o genocídio", disse o embaixador, antes de denunciar que os russos "vieram privar a Ucrânia do próprio direito de existir".
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, que descreveu o conflito como "injusto e desnecessário", denunciou que a Rússia está "preparando um aumento na brutalidade de sua campanha contra a Ucrânia".
A Rússia repetiu que agiu em "legítima defesa" e que seus alvos não são civis, apesar dos resultados no terreno.
Com informações portal O Povo Online
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