Ingressaram no partido de Costa Neto parlamentares e apoiadores de Bolsonaro (Foto: Cristiane Norberto) |
"Eu fico pensando na sorte que nós tivemos de poder recebê-lo (Bolsonaro) no nosso partido", disse Costa Neto, que é ex-deputado. "Mas eu nunca pensei que íamos chegar aonde nós estamos chegando, independente de qualquer coisa, porque o eleitor do Bolsonaro é fiel. E, aconteça o que acontecer, o resultado vai vir. É por isso que nós temos que ser fiéis ao Bolsonaro, fazer tudo o que ele pede, tudo o que ele precisa, para podermos retribuir o que ele fez por nós."
Em seu discurso, Costa Neto destacou que passou oito anos "brigando" com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), entre 1995 a 2002, mas depois se aliou a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que governou entre 2003 e 2010. Disse que a aliança fez com que o partido crescesse antes de "levar uma trombada" e "ir para o buraco". Costa Neto chegou a ser preso no escândalo do mensalão.
Após dois anos sem partido e de se eleger com críticas às legendas que integram o Centrão no Congresso, Bolsonaro se filiou ao PL em novembro do ano passado. O lançamento da pré-candidatura do presidente ao segundo mandato está marcado para o próximo dia 26.
Na visão de Costa Neto, Bolsonaro vai crescer nas pesquisas de intenção de voto com as inserções da propaganda partidária e eleitoral na TV e com o efeito do Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família. Atualmente, Bolsonaro aparece em segundo lugar, atrás de Lula.
A migração em massa de aliados de Bolsonaro para o PL tem provocado insatisfação em outros partidos, como o Republicanos, também integrante do Centrão e da base aliada do governo no Congresso. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, no mês passado, o deputado Vinicius Carvalho (SP), novo líder da bancada do Republicanos na Câmara, disse que falta "lealdade" do Palácio do Planalto à legenda. A janela partidária, período em que os parlamentares podem trocar de sigla sem perder o mandato, começou no último dia 3 e vai até 1º de abril.
Ontem também se filiaram ao PL os deputados Filipe Barros (PR), Major Fabiana (RJ), José Medeiros (MT), Paulo Bengtson (PA) e General Girão (RN), que vão concorrer à reeleição. Ingressaram no partido de Costa Neto, ainda, apoiadores de Bolsonaro, como o jogador de vôlei Maurício Souza (MG), que foi demitido no ano passado do Minas Tênis Clube após fazer comentários homofóbicos sobre uma HQ do Super-Homem, e o cantor de axé Netinho, que vai concorrer a uma vaga na Câmara pela Bahia.
"Leal com o nosso presidente. Leal com o Brasil", dizia uma das frases estampadas em cartazes no local. Bolsonaro não compareceu à cerimônia, mas mandou uma caneta usada por ele para a assinatura das filiações. Os ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria da Presidência, representaram o governo.
De acordo com Zambelli, os candidatos da "frente parlamentar" terão o mesmo número na urna e uma unidade visual na campanha realizada nas redes sociais. "Todos aqui somos conhecidos por sermos leais ao presidente Bolsonaro, leais ao nosso Brasil, às nossas pautas, ao que a gente foi eleito para dizer e fazer", disse a deputada. "Com isso, acreditamos que todos nós estaremos mais fortes, não só para nos elegermos, mas para trazermos outras pessoas conosco, formando uma grande frente de parlamentares, a partir de 2023, que sejam leais ao presidente Bolsonaro."
No último sábado, 12, migraram para o PL os deputados Sóstenes Cavalcante (RJ); Coronel Chrisóstomo (RO); Cabo Junio Amaral (MG); Márcio Labre (RJ); Bibo Nunes (RS); Carlos Jordy (RJ); Loester Trutis (MS); Sanderson (RS), Daniel Freitas (RJ); Luiz Lima (RJ); Marcelo Álvaro Antônio (MG); Éder Mauro (PA) e Alberto Neto (AM). Quase todos os novos integrantes do partido de Bolsonaro estavam filiados ao União Brasil, sigla formada a partir da fusão entre DEM e PSL.
Com
informações portal Correio Braziliense
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