Além de Camilo e Izolda o encontro contou com seis ex-governadores (Foto: Carlos Gibaja) |
O conselho foi instituído em 2020, durante a pandemia da Covid-19 no Ceará, por meio da aprovação de projeto de lei na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Aprovado em julho do mesmo ano, o texto da proposta defendia a realização de suas reuniões anuais do grupo para o "compartilhamento de ideias e experiências sobre assuntos relevantes para o Estado do Ceará".
Ao comentar sobre o encontro, Camilo destacou que o objetivo do momento é de dialogar, "por mais que haja divergências ideológicas ou políticas", sobre os "inúmeros desafios" que o Ceará ainda deve vivenciar nas próximas gestões.
"A ideia do conselho é dialogar e ouvir as experiências de cada um. Acho que esse é o papel desse conselho, é reunir todos aqueles que deram a sua contribuição e que ainda darão pra que a gente possa superar os desafios do Ceará. A gente precisa sempre pensar nas políticas, não política de governo, mas política de Estado, independente do governador que assuma o posto de líder, para que as políticas possam continuar", avaliou o governador.
Segundo Camilo, a criação do grupo demonstra a "maturidade política" e o "espírito público" do Ceará. "O Estado do Ceará teve a sorte de ter gestores que mesmo com divergências políticas, ideológicas ao longo das campanhas, ao longo do tempo, mas mostra um pouco a maturidade política do Ceará, o espírito público de sempre olhar para o Estado. Então, acho que o exemplo que nós estamos dando aqui hoje pro Brasil, para os outros estados, mostra exatamente o pensar que a política precisa ser feita sempre pra olhar como um todo pro estado, respeitando a pluralidade", completou o petista.
O primeiro encontro entre os ex-governadores teve como objetivo a promoção de um diálogo sobre o Projeto Ceará 2050. Considerado um plano de desenvolvimento a longo prazo, tendo os territórios e regiões como parte estratégica, Camilo reforçou que a proposta de governança inteligente deve ser uma ferramenta continuada e com plataforma digital.
O governador afirmou que a plataforma foi construída e liderada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), "ouvindo toda a sociedade setores produtivos, academia e a sociedade civil".
"É um documento importante pra guiar os passos que nós queremos chegar ao Ceará nos próximos trinta anos. É um documento rico e baseado em algumas experiências de outros países e no Fortaleza 2040. Também foi uma experiência aqui na Capital e que sirva de instrumento pra que os próximos gestores e governadores possam ter como um guia na execução", destacou o chefe do Executivo estadual.
Questionados sobre o andamento de articulações políticas para as eleições de 2022, Camilo e Ciro Gomes evitaram se manifestar. Mesmo com a proximidade do prazo para uma eventual desincompatibilização do cargo, o governador evitou falar sobre a possibilidade de deixar o governo para disputar uma vaga no Senado nas eleições de outubro próximo. Caso se candidate, o petista terá que anunciar a saída do governo até o próximo dia 2 de abril.
Camilo
foi questionado sobre o sentimento que fica após quase oito anos de gestão e se
estaria presente, em um próximo encontro, também como ex-governador, mas
desconversou e disse apenas “vamos trabalhar”.
O pedetista, por sua vez, disse que, sob a liderança de Camilo, o Ceará dá um “exemplo para o Brasil” em relação ao diálogo entre diferentes atores políticos. Perguntado sobre a sucessão do petista e sobre a escolha do candidato do PDT que representará o grupo, ele sinalizou que não era o momento para o debate.
“Veja a grandeza do momento que o Camilo Santana está nos dando (...) Esse não é o momento de pensar em divergência, que é natural do processo eleitoral, o momento agora é de afirmar convergências”, afirmou o presidenciável.
Ao ser questionado sobre eventual união da chamada terceira via para a disputa nacional em 2022, sugerida por nomes como João Doria (PSDB), Ciro reiterou: “Vejam a grandeza do momento que estamos vivendo no Ceará. Nós estamos agora aproveitando esse momento para dialogar sobre o futuro do Ceará e dar um exemplo para o Brasil”.
Por fim, ao ser perguntado sobre relações nacionais com o União Brasil, partido que deverá ser presidido, no Ceará, pelo deputado federal e opositor Capitão Wagner (Pros), o pedetista repetiu, aos risos, as respostas anteriores: “Vejam a grandeza do momento que nós estamos vivendo” (risos) e finalizou a coletiva.
O tema foi abordado mais a fundo por Tasso Jereissati, que confirmou a tendência do PSDB em apoiar a candidatura do bloco governista ao Palácio da Abolição.
"Nós
estamos sim conversando constante. Eu acho que a nossa identidade maior nesse
momento é com aliança com PDT liderada pelo governador, já que há diferenças
bastante grandes em relação a outras candidaturas", disse o tucano.
Com informações portal O Povo Online
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