As manifestações de apreço de Camilo por Izolda são bastante enfáticas (Foto: Mauri Melo) |
Ele considera que a razão para o favoritismo de Izolda está no fato de ela assumir o governo a partir de sábado. É a mesma tese já admitida por muita gente no PDT, inclusive o presidente estadual da legenda, deputado federal André Figueiredo. Já foi aventada pelo próprio governador Camilo Santana (PT). Idilvan aponta exemplos como São Paulo, com a saída de João Doria, onde o vice assumirá e concorrerá a governador. Ele entende que, onde essa situação se configura, quem assume a cadeira se torna naturalmente candidato — ou candidata. Isso se quiser.
E isso é outro ponto da fala de Izolda. Como alguém próximo a ela, ele assegura: ela quer ser candidata. Tem se movimentado, participado dos espaços nesse sentido e tem essa intenção. Mas, o quanto ela quer? Tanto quanto Roberto Cláudio, que é o mais forte nas pesquisas e favorito de muita gente graúda no governismo? Ou quanto o deputado federal Mauro Filho (PDT)?
Essa vontade pode ser determinante. A disposição para lutar por isso. Mas, nem sempre é assim. Em 2014, Camilo não estava no páreo. Talvez até quisesse, mas era algo distante. Pesou a vontade e a estratégia de Cid Gomes (PDT). Pode ser que querer demais atrapalhe.
A
vontade de Camilo
As manifestações de apreço de Camilo por Izolda são bastante enfáticas. Até certo ponto natural para quem a teve como uma vice absolutamente leal ao longo de sete anos e três meses. A ele também, como governador que está saindo, interessa passar a confiança de que está deixando o Estado sob comando capaz. Porém, as entusiasmadas declarações parecem ir além disso. São das mais efusivas que já vi da parte de um político para um aliado. Pode não ser, mas tem muito, muito jeito de demonstração de preferência do governador pela pré-candidata à sucessão dele.
A
eleição para o Senado
Na eleição para o governo, a base governista ainda nem tem candidato e Capitão Wagner (União Brasil) é forte opositor. Já para o Senado, Camilo desponta com amplo favoritismo, enquanto as demais forças não se definiram. Nessa eleição particular há uma mudança de cenário de duas eleições para cá. De 1978 a 2010, quem era eleito governador do Ceará emplacava os senadores, em 100% dos casos. As eleições eram históricas, como Carlos Jereissati em 1962 e Mauro Benevides em 1974. Raros candidatos eleitos para o Senado quando o candidato a governador eleito era de outra chapa. O caso de Mauro é ainda mais particular. A eleição de governador era indireta, em plena ditadura. Mas, ele se favoreceu de divergência entre o triunvirato de coronéis que comandava a política do Ceará.
Mas, onde quero chegar é que, há duas eleições, isso mudou. Em 2014, Camilo Santana se elegeu governador, mas para o Senado venceu Tasso Jereissati (PSDB), que apoiava Eunício Oliveira (MDB). Em 2018, com duas vagas, uma foi para Cid Gomes (PDT), na chapa do reeleito Camilo. Mas, o outro senador de Camilo era Eunício. Porém, quem venceu foi Luis Eduardo Girão.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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