A vice-governadora Izolda Cela e o governador Camilo Santana em mais uma inauguração na Capital (Foto: Fernanda Barros)
A maioria dos pedetistas quer Izolda Cela como candidata a governadora. Restam poucas dúvidas de que ela será governadora a partir de 2 de abril. O cargo tem um magnetismo para simpatias de políticos. Se ela será a candidata é outra questão. Porque a escolha não é feita pela maioria. Ela caberá a Ciro Gomes, Cid Gomes e Camilo Santana. Porém, o ecossistema político tem peso. E ele é favorável a Izolda. Ela é a candidata mais conveniente.
Porque, ao assumir o governo em abril, se for candidata em outubro ela concorrerá à reeleição. Se vencer, terá quatro anos de mandato pela frente e não poderá ser reeleita. Por isso ela é a segunda opção de todos que têm ambição de chegar ao governo — agora ou no futuro. É a forma de a fila andar mais rápido.
Além disso, Izolda é quem tem menos arestas, pela personalidade, o estilo pessoal e a história política. Sobretudo Roberto Cláudio e Mauro Filho, pelos cargos que exerceu e tempo de estrada, respectivamente, têm mais arestas a resolver.
Se fosse outro dos postulantes que assumisse o governo seis meses antes da eleição, seria improvável imaginar que não fosse o candidato. Se fosse Roberto Cláudio no governo para completar o mandato, ou Mauro, ou ainda Evandro Leitão. Com a máquina na mão, seria difícil não se viabilizarem. Assim como era para Domingos Filho quando Cid Gomes não aceitou sair para concorrer ao Senado e deixar ele no cargo. Isso pela forma como operam a política. E pela disposição de brigar para ser candidato, algo que Izolda não aparenta.
Entre
ser candidata natural e virar candidata há caminho há percorrer. No fim do ano
passado, ao O POVO, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que, uma vez com
Izolda no cargo, ela teoricamente teria a prerrogativa. Da prerrogativa teórica
à candidatura natural há um passo além, mas faltam outros.
Por exemplo, já citei algumas vezes a entrevista de Ciro Gomes às Páginas Azuis, em 2017, na qual se referia a Roberto Cláudio como “predileto nessa fila”. Isso há cinco anos.
Em 2006, Tasso Jereissati afirmou que o governador Lúcio Alcântara era o candidato natural do PSDB ao governo. Mas, houve enorme briga interna no partido. Lúcio foi o candidato, mas sem engajamento de Tasso e da maior parte do tucanato local.
Há várias conveniências na escolha de Izolda e uma delas, para os que escolherão, está no fato de que ela poderá ser testada no cargo. Como tudo indica, ela assume o governo em abril. Terá quatro meses de gestão até a escolha ter de ser oficializada. Nesse meio tempo, ela será avaliada.
Da mesma maneira como os pedetistas, na maioria, apontam preferência por ela, eles afirmam que a escolha será definida mesmo lá para julho, na velha receita de Cid Gomes, tão bem aprendida por Camilo. Izolda até lá será avaliada no cargo. Assim como a postura dos adversários — Capitão Wagner notadamente — em relação a ela. Pesquisas serão feitas e então a decisão será tomada.
Quem ver o jeito suave e sereno de Izolda tem dúvidas sobre o desempenho numa campanha agressiva. Mas, quem trabalhou com ela relata a postura incisiva que sabe ter. Inclusive quando era secretária da Educação. Cid Gomes era governador e as reuniões do Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários (Mapp) eram por vezes tensas. Exigente, Cid por vezes fazia cobranças enérgicas. Quando a bronca era geral, o relato é de que Izolda era das poucas a se contrapor, a enfrentar Cid. Camilo, por exemplo, agia diferente.
Qual
o peso de, no momento da decisão, ela ter a caneta na mão, o controle do
orçamento? Tão grande quanto a disposição dela de usá-la para ser a escolhida
Com
informações portal O Povo Online
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