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13 de janeiro de 2022

PT Ceará "Camiliza" de vez de olho em 2022

Governador Camilo Santana em entrevista ao jornal O Povo (Foto: Thais Mesquita)

O PT do Ceará realiza hoje, às 10h, um ato de filiação que deve confirmar o ingresso de 12 novos prefeitos de municípios cearenses na legenda. Com a entrada de gestores de diversos partidos, que vão do PL de Jair Bolsonaro ao Psol, a sigla se tornará a segunda maior força política do Estado, passando de 17 para 29 prefeitos. As mudanças foram articuladas pelo governador Camilo Santana (PT) e pelo deputado José Guimarães (PT), em linha direta com o senador Cid Gomes (PDT), e reforçam a aliança local entre PT e PDT, além de ampliar a influência do governador sobre os rumos do PT Ceará em 2022.

Com essa mudança, apenas o PDT terá número maior de prefeituras, com 67 comandos municipais. Atualmente segunda maior força política do Ceará, o PSD do ex-vice-governador Domingos Filho passará para a terceira posição, com 26 prefeitos. Com isso, o PT ficará até mais fortalecido para pleitear mais espaço na chapa da base governista para a eleição deste ano, incluindo a vaga de vice-governador e de senador, esta última que já tem o próprio Camilo como pré-candidato "confirmado".

"Nós já enfrentamos aqui no Ceará todos os desafios políticos e partidários. E sempre afirmei que o PT é um partido que sabe construir alianças, sabe governar e que, respeitando nossos aliados, quer sempre estar participando no centro das decisões políticas do Ceará. Essa é nossa trajetória e esse fato é muito relevante, impacta na conjuntura e fortalece fortemente o PT cearense", destaca o deputado José Guimarães. 

"Hoje, temos dois partidos fortalecidos, o PDT e o PT, que são o centro da aliança programática que existe no Ceará. Estamos com boas condições para disputar o governo federal e consideramos que é fundamental, aqui no Ceará, a continuidade do governo Camilo e da aliança com o PDT".

As migrações envolvem quatro prefeitos do PDT, três do PL, um do MDB, um do PSB, um do PCdoB, um do Republicanos e até Edson Veriato (Psol), prefeito de Potengi e único gestor municipal eleito pelo Psol nas eleições de 2020. As migrações foram articuladas pelo governador Camilo Santana (PT) e pelo deputado José Guimarães (PT).

Devem migrar para o PT os prefeitos de Aratuba, Joerly Vitor (Republicanos), Campos Sales, João Luiz (PDT), Cariús, Wilamar Palácio (PL), Choró, Marcondes Jucá (PL), General Sampaio, Francisco Cordeiro (PDT), Ibicuitinga, Franzé Carneiro (PDT), Jaguaruana, Elias Oliveira (PCdoB), Jardim, Dr. Aniziario Costa (PSB), Penaforte, Dr. Rafael (MDB), Potengi, Edson Veriato (Psol), Saboeiro, Marcondes Ferraz (PDT), e Santana do Acaraú, Francisco das Chagas Mendes (PL).

Nos bastidores, o que se comenta é que o principal "atrativo" para as migrações foram tanto a boa avaliação do governo Camilo Santana como o otimismo com o desempenho da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência no Ceará. Como boa parte das filiações foram articuladas diretamente pelo governador, elas também ampliam o poder dele - hoje um dos principais defensores da continuidade da aliança entre PT e PDT no Ceará - sobre as decisões do partido.

As migrações, aliás, são apenas uma parte de uma série de movimentos tocados por Camilo de olho em ampliar sua influência no comando local petista. Na semana passada, o governador articulou a indicação de Ilário Marques (PT), líder de uma das correntes do partido no Ceará, para a secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) do governo José Sarto (PDT). Também defensor da aliança entre PT e PDT, Ilário se tornou o primeiro petista a assumir cargo no 1º escalão da Prefeitura de Fortaleza desde 2013, início das gestões pedetistas na Capital.

Nas próximas semanas, o governador também deve anunciar uma série de novas investidas políticas de olho em ampliar sua influência no petismo cearense. Entre elas, devem estar a filiação ao PT dos deputados estaduais Augusta Brito (PCdoB) e Júlio César Filho (Cidadania), este último líder do governo na Assembleia Legislativa.

As mudanças são má notícia principalmente para o PSD de Domingos Filho, que perde poder de barganha nas discussões para a formação de chapa de 2022, e para setores do PT que defendem candidatura própria do partido neste ano, como os deputados federais Luizianne Lins e Zé Airton Cirilo.

Com informações portal O Povo Online

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