Secretário Francisco Teixeira e presidente da Funceme, Eduardo Sávio, em coletiva sobre prognóstico de chuvas (Foto: Reprodução/ Funceme) |
As
previsões desenham um cenário otimista para o período da quadra chuvosa. São
esses os meses que costumam registrar os maiores níveis de pluviometria nos
municípios cearenses. O ciclo serve como referência para os agricultores
familiares definirem estratégias do manejo do solo e tempo certo para o plantio
de alimentos como milho, feijão e mandioca. No ano passado, segundo números da
Funceme, o Estado acumulou 438 milímetros (mm) de chuvas, índice ligeiramente
inferior à normal climatológica do período, que varia entre 440 mm e 598 mm.
O prognóstico deste ano classifica as probabilidades de cenários meteorológicos do próximo trimestre em três níveis: chuvas abaixo do normal (volume inferior a 433 mm), dentro da normalidade (entre 433 e 587 mm) e acima do normal (superior a 587,1 mm). De forma isolada, o primeiro nível apresenta chances de predominância de 20%, enquanto os dois últimos têm 40% cada. As previsões para 2022 são as mais otimistas dos últimos dez anos, junto com as de 2020, quando o cenário mais positivo ia a 45% e o mediano a 35%.
Em
coletiva de imprensa, o presidente da Funceme, Eduardo Martins, adiantou que no
próximo mês a instituição divulgará um novo prognóstico climático para o
trimestre que se estende de março a maio. Com isso, será possível acesso à
previsão estendida até o último mês da quadra chuvosa. Martins ressaltou,
ainda, que um novo sistema de previsão subsazonal, capaz de prever cenários de
clima e tempo num intervalo de até 45 dias, está em fase final de implantação
na Funceme. Atualmente, a maioria das previsões realizadas pelo órgão são
válidas para o máximo de três dias.
“A nossa ideia é conseguir dar uma informação mais setorizada para a agricultura e para o setor de recursos hídricos, de modo que eles possam planejar melhor as suas ações com informações que realmente sejam mais afeitas àquele processo de decisão. É tentar entender a decisão e ver o que o nosso sistema pode prover em termos de informações para aquele tipo de decisão”, pontuou.
Ao contrário do ano passado, o prognóstico do trimestre fevereiro-abril deste ano não traz as previsões de forma regionalizada. Segundo a coordenadora de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, ainda não há dados precisos sobre as regiões do Estado que poderão acumular os maiores volumes de chuva. Por outro lado, ela observa que o cenário atual indica altas possibilidades de irregularidade espacial das precipitações. Na prática, isso significa que determinadas áreas podem concentrar níveis de pluviometria muito acima de outras.
“Nós gostaríamos de ter esse quadro mais regional, contudo as informações que temos, no momento, não são suficientes para que a gente possa dar esse indicativo com a segurança adequada. Mas, de antemão, o que já podemos dizer é que os modelos analisados indicam uma grande irregularidade espacial na distribuição dessas chuvas ao longo desses três meses. Poderemos ter regiões com mais precipitações do que outras, mas ainda não sabemos quais terão os maiores e menores volumes”, explicou Sakamoto.
A
especialista ainda ressaltou que as previsões favoráveis ao registro de chuvas
neste começo de ano no Ceará estão ligadas à predominância do fenômeno La Niña
, que exerce influência direta sobre os níveis de precipitações no Ceará.
Caracterizado pela intensificação de ventos alísios (massas de ar quente e
úmido), entre o centro e o leste do Oceano Pacífico, o sistema causa
resfriamento das águas e influencia a formação de nuvens de chuva em várias
partes do mundo. No Brasil, a atuação da La Niña resulta em precipitações mais
volumosas no Nordeste e em parte da Amazônia.
Embora
o fenômeno ainda não tenha ganhado força, o Ceará já acumula bons volumes de
chuva no primeiro mês do ano. Segundo dados parciais da Funceme, nos 20
primeiros dias de janeiro, os 184 municípios cearenses registraram média de
126,9 mm de chuvas, cerca de 28% a mais do que o esperado para todo o mês (98,7
mm). No ano passado, o índice observado durante o mesmo intervalo foi de 45,9
mm.
As precipitações de pré-estação também vêm sendo antecipadas pela Funceme nos informes meteorológicos divulgados pela instituição desde o começo do ano. As previsões do órgão meteorológico coincidem com as observações feitas pelos “Profetas da Chuva”, de Quixadá, que na segunda semana do mês já haviam apontado tendência de bons volumes de chuvas no Estado até o fim da quadra chuvosa.
Com informações portal O Povo Online
Leia também:
Primeiras chuvas de 2022 mudam paisagem e renovam esperanças no sertão cearense
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.