10 de dezembro de 2021

Participantes de seminário no Correio Braziliense ressaltam urgências para além da eleição

Na abertura dos debates, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ressaltou a responsabilidade de lideranças para ajudar o Brasil a avançar (Foto: Minervino Júnior)

O Brasil caminha para encerrar 2021 em meio a uma travessia. Profundamente atingido pela pandemia de covid-19, o país tenta se recuperar das consequências sanitárias, sociais e econômicas de uma tragédia nacional em escala jamais vista. Mais de 600 mil brasileiros morreram em razão do novo coronavírus. Milhares de famílias estão aprendendo a viver — e a sobreviver — nesta conjuntura difícil e dolorosa. Em 2022, espera-se chegar a um porto mais seguro. Mas há muitos perigos em alto-mar.

Demissões em massa, fechamento de empresas e alta da inflação são apenas uma parte do emaranhado de desafios vividos pelos brasileiros diante da crise sanitária. Hoje, a estimativa é de que 1 a cada 4 brasileiros vive abaixo da linha da pobreza, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um quadro dramático, para o qual gestores públicos, autoridades e pesquisadores do assunto “tateiam no escuro” uma saída.

Na busca de convergir os caminhos para que as soluções sejam vislumbradas, o Correio Braziliense promoveu, na tarde de ontem, o seminário Desafios 2022: Para onde vai o Brasil, transmitido via redes sociais. Participaram dos debates representantes do Legislativo e do Executivo, além de economistas de renome, representantes do setor produtivo e especialistas em questões ambientais.

Com a proximidade das eleições, o receio de um debate polarizado pode atrapalhar no esforço de pautar a resolução de problemas. É o alerta feito pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Não podemos deixar contaminar, pelo debate eleitoral, esse objetivo de busca de soluções efetivas para os problemas do país”, destaca, citando, em especial, o combate à fome e à miséria e a recuperação da economia. Pacheco sublinhou, ainda, a importância de uma forte liderança na condução destes processos.

É sobre este último tópico que a senadora e pré-candidata ao Palácio do Planalto em 2022, Simone Tebet (MDB-MS), teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro. Ela lamentou o fato de que o Brasil não deverá crescer no ano que vem porque o atual governo está tomando “medidas equivocadas”. “Não tenho esperança no ano que vem, porque não temos timoneiro, não temos piloto. O país é muito rico e não vai crescer com este governo”, afirmou.

É o que denominou o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), como “antiagenda”. “Temos um sistema tributário equivocado, e o governo não tem proposta de reforma tributária. Chamar de reforma tributária aquele remendo de mudanças no Imposto de Renda é uma brincadeira”, atacou.

Em contraponto às críticas, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, ressaltou o esforço do governo na promoção de mudanças estruturantes. Enfatizou a importância de reformas serem aprovadas, em especial a administrativa. “É claro que eu gostaria de ter uma reforma administrativa, mas em uma democracia se avança em consensos. É melhor avançar passo a passo na direção correta do que ficar parado”, defendeu o secretário.

Em meio às enormes demandas do país por ações institucionais no Legislativo e no Executivo, é impossível considerar um fator decisivo para 2022: as eleições. Nesse contexto, o Correio abriu espaço para outros protagonistas do atual momento se manifestarem sobre as perspectivas no próximo ano.

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e integrante do Supremo Tribunal Federal, o ministro Luís Roberto Barroso expressou a confiança na democracia brasileira. Ele assegurou que, em 2022, haverá uma eleição democrática, porque “a democracia brasileira resistiu a todos os vendavais”.

Luís Roberto Barroso garantiu que não há qualquer tipo de fraude ou problemas no sistema eletrônico utilizado nas eleições brasileiras. Sobre a polarização, Barroso destaca que ela sempre existiu mas de maneira “institucional e civilizada”. “A democracia não é o regime político do consenso, mas sim aquele em que pessoas têm respeito e consideração pelas outras mesmo na divergência”, declarou.

Ex-ministro da Justiça e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro frisou, também em vídeo enviado ao Correio, a importância do combate à corrupção. O pré-candidato disse ser necessário pensar os reveses sofridos no país atualmente. Segundo ele, há “leis sendo alteradas para dificultar o combate à corrupção, tribunais anulando condenações de criminosos por motivos meramente formais”. Para o ex-juiz da Lava-Jato, não há como pensar em governo eficiente se ele estiver contaminado pela corrupção. Esse é um dos desafios mais importantes para 2022, acredita o presidenciável.

O governador de São Paulo e pré-candidato ao Palácio do Planalto, João Doria (PSDB), também enviou depoimento em vídeo. Alertou para a necessidade de mudanças no Brasil, que resgatem a esperança e a fé da população. “Um Brasil que precisa reduzir a dimensão da pobreza, precisa gerar empregos, precisa proteger a saúde da sua população, respeitar o meio ambiente e se recuperar economicamente”, destacou.

Com informações portal Correio Braziliense

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