Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, na COP26 (Foto: Antonio Cruz) |
O Brasil chegou em Glasgow, para a COP 26, apresentando compromissos "mais ambiciosos" como a redução de emissões, do desmatamento e prometendo neutralidade de carbono; também chegou sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido); mais um indicativo de que a pauta ambiental não é prioridade da atual gestão.
Sem Bolsonaro, coube ao ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, tentar reparar a imagem brasileira deteriorada na seara ambiental nos últimos anos. Sob acusações de "pedalada ambiental" por analistas que dizem que o governo não ampliou metas, mas apenas reviu valores que devolveram os objetivos firmados no Acordo de Paris, o governo apresentou mais declarações de intenção do que caminhos para alcançar os objetivos.
A comitiva brasileira fez cobranças - importantes e válidas -, como a necessidade de que países ricos mobilizem recursos para que nações em desenvolvimento realizem a transição para economias sustentáveis. Mas até que ponto quem sequer faz o dever de casa pode cobrar? O Brasil mostrou na COP um descompasso com a realidade nacional. A média anual do desmatamento da Amazônia passou de 6,5 mil km² na década passada para quase 10 mil km² desde o início da gestão Bolsonaro, segundo dados do Inpe.
Após
dois anos com recordes de desmatamento, o ministro Leite fez a proeza de
declarar que "onde há muita floresta, há muita pobreza", o que mostra
desconhecimento. Sobre o desmatamento, limitou-se a dizer que o Brasil tem
"desafios". No entanto, para resolver o problema ambiental é preciso,
antes de tudo, reconhecê-lo.
Para
o deputado federal e advogado José Airton Cirilo (PT-CE), o Brasil precisa
pautar com urgência um novo plano nacional de mudança climática. O parlamentar
cearense é um dos 12 integrantes do Congresso Nacional na 26ª edição da
Conferência das Nações Unidas para Mudança Climática, a COP26, que acontece em
Glasgow, na Escócia.
José Airton participou esta semana do painel "Estratégias Jurídicas de Combate ao Desmatamento, Fiscalização, Defesa do Meio Ambiente e Direitos Humanos". Ele esteve ao lado do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, deputado Carlos Veras (PT-PE), e da ex-presidente do Inama, Suely Araújo. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-RO), também marcou presença no evento.
José Airton lembrou que, em 2008, o governo Lula lançou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que dentre as metas estava a redução do desmatamento anual da Amazônia, em 80%, até 2020. O parlamentar cearense lamentou a retomada desenfreada do desmatamento na Amazônia Legal, no governo Bolsonaro, que neste ano, de janeiro a julho, apresentou a maior área desmatada na história do monitoramento feito pela plataforma Terra Brasilis, com mais de cinco mil quilômetros quadrados de área devastada, 300 quilômetros quadrados a mais que todo o ano de 2020.
"O aquecimento global já chegou a um ponto sem retorno, e medidas radicais são necessárias para mitigar os estragos", afirmou o deputado José Airton Cirilo.
"De acordo com estudos recentes encomendados pelas Nações Unidas, a comunidade internacional quer endurecer as metas para redução de emissão de gases de efeito estufa", informou o parlamentar cearense.
José Airton Cirilo lamentou a ausência do presidente Jair Bolsonaro, diante da "falta de compromisso do governo federal para com a questão ambiental".
"Estamos
na Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP26, e é lamentável que
Bolsonaro esteja perdendo toda as discussões", disse.
Com informações portal O Povo Online
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