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10 de outubro de 2021

Os negócios cabulosos do ministro Paulo Guedes por Henrique Araújo

Nenhum dos solavancos sentidos pelos brasileiros da gestão do ministro causou qualquer prejuízo ao economista Paulo Guedes (Foto: Marcelo Camargo)

Entende-se agora a naturalidade com que Paulo Guedes encara a alta da inflação, a gasolina a R$ 7, a carne a R$ 50 e o gás de cozinha para lá de R$ 100. Nada disso o afeta de fato, e não falo emocionalmente, a sugerir que não tenha sangue nas veias. Mas financeiramente, uma vez que o chefe da Economia nacional mantém quase dez milhões de dólares em conta num paraíso fiscal nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, como mostram reportagens dos Pandora papers.

Nenhum dos solavancos sentidos pelos brasileiros nos últimos dois anos e meio da gestão do ministro causou qualquer prejuízo ao economista e fiador de Jair Bolsonaro. Pelo contrário, seus ganhos se rentabilizaram longe das intempéries criadas pelo governo do qual faz parte. Daí o possível conflito de interesses, alvo de investigação preliminar aberta pela PGR.

Convém, no entanto, dizer: possuir conta em paraíso fiscal não configura crime, desde que os recursos sejam lícitos e a existência do contrato, declarada à Receita. Há, porém, um artigo do Código de Conduta da Alta Administração Federal que veta titularidade de contas por autoridades cujas decisões possam influir sobre os próprios ganhos.

Ora, me parece que, sendo responsável pelos rumos da economia brasileira, Guedes talvez pudesse - não digo que o fez - tomar qualquer medida da qual eventualmente viesse a se beneficiar. Esse é o tipo da dúvida que não deveria existir. E, caso existisse, derrubaria ministro, principalmente um que já chamou servidor público de parasita, se espantou com filho de porteiro na universidade e mostrou incômodo com doméstica viajando para a Disney.

Com informações portal O Povo Online

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