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3 de outubro de 2021

Manifestantes vão às ruas em todos os estados para pedir FORA BOLSONARO

Manifestantes ocuparam a Avenida Paulista contra Bolsonaro (Foto: Amanda Perobelli)

A oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomou as ruas ao longo do dia ontem de ontem (02/10) em dezenas de cidades brasileiras de todos os estados brasileiros e outros países. Se em protestos anteriores a defesa da democracia era uma das bandeiras principais dos atos, desta vez a crise econômica pautou as manifestações. Alta da inflação, fome, desemprego e eram reclamações constantes entre os participantes e os políticos que discursaram.

Em São Paulo, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (Psol), que disputaram a Presidência em 2018, criticaram as medidas do governo de combate à pandemia da Covid-19 e a situação econômica do Brasil. É a primeira vez que uma frente com partidos de esquerda, centro e direita se une em atos de protesto. Luiz Henrique Mandetta e João Amoedo, conservadores, também estiveram no ato. Embora fosse aguardado nos atos, o ex-presidente Lula não compareceu. Tampouco se manifestou. 

Os protestos foram marcados por faixas e elementos em alusão à carestia dos principais itens de consumo da população (Foto: Ana Pessoa)

Nas capitais, os protestos foram marcados por faixas e elementos em alusão à carestia dos principais itens de consumo da população, como gasolina, gás, alimentos e energia elétrica. A figura de um botijão de gás e um saco de arroz infláveis se destacavam entre os manifestantes na Avenida Paulista. Havia ainda faixas com outras pautas reivindicatórias, como “vidas negras importam”, e protestos contra a conduta do governo no combate à pandemia.

Membro do Movimento de Luta nos Bairros (MLB), Edson Vitor Mendes, 22 anos, estudante de filosofia na Universidade de Brasília, afirma que a unidade popular é essencial para que o movimento “Fora, Bolsonaro” tenha chance de sucesso. 

“Para derrubar o Bolsonaro, é necessário que o povo vá para a rua, e não só fique esperando as eleições de 2022, porque o povo precisa comer hoje. O povo está morrendo hoje, tem gente sem ter onde morar hoje, e é na rua que a gente disputa isso”, disse.

Manifestantes caminharam na Esplanada dos Ministérios (Foto: Sergio Lima)

Na capital federal, além de reunir estudantes, trabalhadores e movimentos sindicais, os atos contaram com a participação de funcionários públicos que protestaram, também, contra as privatizações e a reforma administrativa. Grupos de funcionários como os dos Correios levantaram faixas e cartazes contra as desestatizações. 

Os números oficiais dos atos de ontem não haviam sido divulgados pelas Polícias Militares locais até o fechamento desta edição. Doutora e mestre em ciência política e professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mayra Goulart explica que, ao analisar os atos, é importante não se ater a parâmetros irreais e não comparar a outras épocas, com contextos diferentes.

No Rio de Janeiro manifestantes se reuniram na Cinelândia (Foto: Pedro Rocha)

“Os parâmetros usados para analisar esse ato não podem ser parâmetros imaginários como, por exemplo, o movimento ‘Diretas Já’. Aquilo foi em outro tempo, as pessoas estavam saindo de 20 anos de ditadura militar”, explica a cientista política. Para a professora, mesmo com menor adesão, o saldo dos atos de ontem foi positivo. “Foi positivo pela capacidade de articular lideranças políticas de esquerda e de outros espectros políticos”, afirma.

Com informações portal Correio Braziliense

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