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10 de outubro de 2021

Críticas de Ciro ameaçam aliança PT-PDT no Ceará

Ataques de Ciro a Lula têm alimentado correntes do PT que defendem
candidatura própria do partido para 2022 (Foto: Reprodução/Facebook)

Desde que o ex-ministro passou a subir o tom das críticas contra Lula e o PT, diversas lideranças cearenses do partido têm repetido que a linha de confronto arrisca "inviabilizar" a manutenção da aliança entre as duas siglas no Estado, hoje defendida por Camilo.

É nesse sentido que vem argumentando o deputado federal José Airton Cirilo (PT), hoje principal defensor de que petistas tenham candidatura própria ao Governo do Ceará em 2022. "Não podemos fazer aliança com quem está nos atacando todo dia", diz, defendendo que o partido priorize um "palanque leal" para Lula no Estado. "Ciro não governa nem a própria boca, e se acha capaz de governar o Brasil", reforça.

Em linha semelhante, a deputada federal Luizianne Lins (PT) também questiona a manutenção da aliança por conta dos ataques. "A principal diversão do Ciro é atacar a candidatura do Lula, e o PT nacional já está no processo de limite com essa coisa. Só não estamos respondendo mais porque, enquanto ele permanecer nos 6% dele, tá tudo certo".

Ela destaca, no entanto, que já existe consenso entre o partido de que, durante a campanha de 2022, críticas contra Lula não ficarão sem resposta. "Nós vamos demarcar. Eu mesma não vou deixar, no Ceará, nenhuma agressão praticada contra o Lula sem resposta. Nem a ele nem aos nossos governos, na presidência ou na Prefeitura de Fortaleza".

Aliados de Ciro Gomes no Ceará, no entanto, minimizam a questão, destacando que o atual momento do País exige uma reaproximação de forças do chamado campo democrático. No domingo passado, por exemplo, diversos ciristas participaram de atos contra Bolsonaro em Fortaleza, sem que qualquer caso de hostilidade fosse registrado entre as duas correntes.

"No momento a gente tem uma ameaça terrível contra o Brasil", diz o deputado Idilvan Alencar (PDT), se referindo a medidas do governo Jair Bolsonaro. "Já temos mil motivos para esse cidadão sair, aliás, nem cidadão eu sei se ele é, mas todos nós temos que estar juntos. É urgente, é necessário, isso para todas as pessoas de bom senso desse país".

Um dos deputados mais próximos de Ciro Gomes (PDT) no Estado, Leônidas Cristino (PDT) também reforçou a "trégua" proposta por Ciro. "Nessa gravíssima hora, o Brasil está pedindo serenidade, equilíbrio e foco", disse, repetindo discurso do presidenciável pedetista sobre o esfriamento de ânimos entre os partidos.

"Sem dúvidas, essa hora a gente tem que deixar de lado posicionamentos e candidaturas para 2022. Temos que, acima de tudo, potencializar o que nos une. E o que nos une é a vontade de ver o Brasil voltar a ser do povo brasileiro, e tirar o Bolsonaro, que infelizmente tem contaminado o nosso povo", reforça também o deputado federal André Figueiredo, presidente do PDT do Ceará.

Principal liderança do PT cearense, o deputado federal José Guimarães ocupa posição de "meio termo". Embora já tenha rebatido críticas de Ciro a Lula em notas públicas, chegando a inclusive questionar a viabilidade da manutenção da aliança em meio aos ataques, o parlamentar tem mantido discurso na linha do "deixa disso" e pregando união.

Na luta pela democracia que a gente unifica o Brasil. Não tem eleição agora, eleição a gente trata depois. A nossa luta agora é pelo impeachment, e isso é uma luta comum, de todos os partidos (...) a gente tem que construir unidade, porque nós temos um inimigo em comum, que é o Bolsonaro. Isso que é prioridade agora, depois a gente discute 2022", diz.

Com informações portal O Povo Online

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