Bolsonaro evitou contato com alguns manifestantes que aguardavam com faixas na porta do hotel. Não havia apoiadores do presidente no local (Foto: Myriam Marques) |
A chegada do presidente da República, Jair Bolsonaro, no Hotel Intercontinental Barclay (NY), para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), foi conturbada. Esperado por diplomatas e seguranças na frente do local, o chefe do Executivo desviou o caminho e entrou pela porta dos fundos do estabelecimento. Por volta das 19h (horário de Brasília) deste domingo (19/9), autoridades informaram à imprensa que Bolsonaro já estava no local, mas que optou pela entrada traseira em obediência a uma determinação do Serviço Secreto americano.
É possível que a decisão das forças de seguranças estadunidenses foi tomada para evitar embates no estabelecimento. Isso porque, na frente do hotel, à espera do presidente, havia um protesto organizado por manifestantes contrários ao governo. O grupo segurava faixas com as frases "Stop Bolsonaro" (Pare Bolsonaro) e "You are not welcome here" (você não é bem vindo aqui), enquanto gritava "criminoso" e "genocida".
Apesar de estar acostumado com a manifestação de pessoas contrárias ao seu governo, Bolsonaro pode ter notado uma grande diferença no cenário ao ser informado do protesto. Diferente de quando esteve na cidade para participar presencialmente da Assembleia-Geral de 2019, a atual recepção de boas-vindas do presidente foi marcada pela falta de apoiadores.
Nem ao menos um apoiador do presidente estava em frente ao hotel novaiorquino. Há dois anos, quando a situação era diferente, o chefe do Executivo entrou pela porta da frente do estabelecimento.
Bolsonaro fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU na terça-feira (21/9). No sábado (18/9), ele disse a apoiadores, em Arinos (MG), que irá dizer "algumas verdades" sobre a situação do país. O chefe do Executivo também prometeu mandar recado aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que eu devo falar lá? Algo nessa linha: se o marco temporal for derrubado, se tivermos que demarcar novas terras indígenas, hoje em dia temos aproximadamente 13% do território nacional demarcado como terra indígena já consolidada. Caso tenha-se que levar em conta um novo marco temporal, essa área vai dobrar”, disse na ocasião.
No meio da semana, a falta de imunização do presidente contra a covid-19 ganhou destaque internacional após a organização do evento comunicar a exigência de comprovante de vacinação para as delegações estrangeiras participantes da Assembleia. O jornal britânico The Guardian afirmou que Bolsonaro pretendia desrespeitar as regras sanitárias da ONU por ser o único líder do G20 a ter afirmado publicamente que não se vacinou contra a doença causada pelo novo coronavírus. ,
Pouco depois, se tornou público que a exigência não se aplica a chefes de Estados, que apenas deverão apresentar um teste PCR negativo. Em todo caso, Bolsonaro não poderá ter livre acesso a serviços essenciais, como restaurantes, já que a prefeitura de Nova York passou a exigir o passaporte da vacina para qualquer pessoas que queira entrar em locais fechados. Caso queira se alimentar fora do hotel, o presidente terá que comer em quiosques na rua.
Além de Bolsonaro, outras 18 pessoas estão na comitiva brasileira da Assembleia-Geral da ONU, incluindo a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e vários outros ministros.
Com
informações portal Correio Braziliense
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